segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dona Ivone.

Eu não tenho nada pra dizer, mas vai que dona Ivone tem...

"Saudade amor, que saudade,
Que me vira pelo avesso, e revira meu avesso.
Puseram uma faca no meu peito,
Mas quem disse que eu te esqueço?
Mas quem disse que eu mereço?"

Outra vez você.

Você me pede para escrever; não tenho o que escrever... Não tenho nada de belo para dizer pra você, nem nada de novo. Há uma nova de mim, a cada dia. Mesmo assim, não há nada.
Eu te amo. Disso você já sabe. Eu te faria absolutamente feliz. Disso você já sabe. Fazer amor com você é a coisa na vida que eu mais queria hoje. Talvez você ainda não soubesse disso.
Talvez você não saiba também que hoje eu te amei mais do que nunca, porque você me pediu para ver a lua. E a lua, sempre, me faz pensar em você. Me faz pensar nos teus beijos, no teu cheiro, e principalmente, a lua reflete os teus olhos, que penetram fundo nos meus olhos de girassol.
Te vejo tão perto que sinto seu cheiro de banho, de alma, de gozo, de vida. Que sinto emanar de você paixão, fogo e segredo.

Vem ficar comigo depois que a festa acabar...

Namoro marcado.

- Não, não fico perseguindo, enchendo. Sou muito tranquila. - Perfeito, então a gente pode namorar! - Mas como a gente tá longe, só ia sobrar a parte chata do namoro: saudade, ligação, perguntação. - Verdade... Mas você não vinha pra cá? - Eu até vou, mas só ano que vem. Ai a gente vê... - Beleza. - Beleza.

domingo, 29 de novembro de 2009

Cicatrizes.

Acordei e não eram ainda 5 da manhã, juntei todas as forças, boas energias, juntei toda a minha positividade e levantei. Levantei, despertei! Despertei para o novo, para o que vem; para a estrada, para a prova, pra faculdade.
O céu estava rosa, depois ele ficou laranja, depois o sol apareceu... Hoje também choveu, mas já era tarde. De manhã fez sol. Minha prova também foi solar, foi iluminada. Ela abriu mais uma porta, me fez galgar mais um passo. Nos próximos meses outros sonhos vão se realizar.
- Vamos morar juntas! Vamos sair nos fins de semana! Vamos poder ir à praia! Vamos trabalhar em altos projetos! Vamos ter um dia na semana para um drink! - Com cada amigo um plano, um sonho. Para cada sonho um passo a menos, para a minha ansiedade, crescimento. Para mim, crescimento.
E a estrada, a música, a Roberta Sá. O céu que estava lindo, e aaaaaah! Vai fazer bem, muito bem.

sábado, 28 de novembro de 2009

BFF.

"- Vai nascer uma árvore de panetone, de tanta fruta seca que eu jogo nessa grama!"

VOU ANOTAAAAAAR!! NÃO POSSO ESQUECERRRR! VOU POSTAR NO FOTOLOG!!!


***

Não dá para ser feliz sem abusar das boas lembranças, sem estar sempre perto dos verdadeiros amigos, sem sorrisos grátis, 4 da manhã, sem gargalhadas às 4 da manhã!

***

Sempre teve um azar para escolher os amores que só se justificava exatamente pelo oposto com relação aos amigos. Esses, foram todos estrategicamente 'convidados' à felicidade. Nada é mais pleno.


***

Saudade deles, saudade de ficar bêbada com coca-cola, de jantar trakinas, almoçar trakinas e tomar café da manhã de trakinas, e coca-cola. Saudade de, às 6 da manhã, ir comprar pão, não chegando da night, mas depois de uma noite intensa de buraco, gargalhada, frases eternamente engraçadas, cumplicidade. 'Thank God for the blessing'!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

post n° 100!

amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor. amor.

100 vezes, todas elas representando AMOR!

Feliz.

As pessoas na rua se perguntavam quem era aquela menina de cabelos castanhos e vestido vermelho que, às 9 da manhã, andava dançando e cantando, pela pacata cidade. Os pedreiros nas obras, as babás com as crianças, todos os que passavam; ninguém entendia uma felicidade tão repentina, tão temprana, tão mundana e ainda assim tão sonhadora.
Ela, tampouco, entendia da ontem vinha tanta alegria. Não era por nada em especial, era especialmente por tudo. Especialmente por reconhecer que um dia de sol, daqueles em que há brilho, luz e vida, daqueles em que todas as melhores energias emanam da terra, hão de ser comemorados, hão de ser celebrados!
Quando um ser HUMANO passa a buscar compreender a vida, amplamente, o sentido dela, a força, os caminhos, os rumos, os sentimentos... Quando, por menor que seja, haja crescimento, interno, pessoal, forte; a primeira das desvantagens é passar a enxergar criticamente o mundo que cerca, e passar a ver beleza no que é mais superior e elevado, e perder um pouco o gosto pelo que é tocável, real.
Ela queria, sim, se elevar, crescer, aprender, apreender, queria sempre mais, muito mais. Mas também não queria deixar de sentir prazer no vento quente, no sol latente, na música. Não queria deixar de aproveitar o sentimento de felicidade e plenitude que tocava um momento como aquele.
Felicidade, definitivamente, era esse o termo certo. Feliz. Muito.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sofá.

Preciso trabalhar, mas estou com vontade de assistir um filme, e só.
Queria mesmo ver Vicky Cristina Barcelona.
Acho que é o momento banho, coca-cola, sofá e Woody Allen.
Apaixonante.
Propício.
Alguém se habilita?
Não valeu.

Pedro.

Entre os diversos tipos de amigos, um dos mais importantes é aquele que cegamente aposta.
Meu grande amigo, que sempre apostou em mim, que sempre fez mais que acreditar, me levou a caminhos que eu nunca tinha andado, me levou a paixões que eu nunca tinha sentido, e me fez conhecer muito mais de mim do que jamais pensei ser possível.
A visão estética, a visão literária, e outras tantas visões, tudo isso foi modificado, por mérito meu, mas por mérito também dele. Que investiu, sem medos, gratuitamente, sem pedir nada em troca.

Otenos.

Horácio anda triste.
Não sei se é porque está velho,
acho que é porque anda trancado.

Mas Horácio não sabe se comportar,
por isso fica de castigo.
Se não, mete os pés pelas mãos.

Horácio parece estar adoecendo,
não física, mas moralmente.
Parece que ele se cansou de ser feliz,
parece que ele já quer despedir.

E ele não tem idade para isso.
Mas, também, quem é que tem?
Nunca tem idade para despedidas,
não existe a hora certa de deixar ninguém.

Prêmio Shell.

Ney ganhou o prêmio Shell de música. Pelo conjunto da obra.
Alguém teria a audácia de discordar?
É, sem dúvida, sem apelo, sem paixão (ainda que sem paixão tenha um quê de irreal) o melhor intérprete que nossa música conhece.
Não é compositor, e dedica sua arte a se fazer entender ao representar, ao apresentar, ao interpretar. E tanto se dedicou a fazer dessa arte o magnífico, que alcançou a perfeição. Justamente porque transmite tudo, e ao mesmo tempo deixa tudo subentendido.

Mais que merecido, Ney...

Avessas.

Bom dia. Bom? 11 da manhã. É cedo. Porque marcar esse almoço para tão cedo? O que há pra se falar de tão importante? E ainda é preciso escrever. Tomar um banho.

***

"4 da manhã, dor no apogeu; a lua já se escondeu..."
sempre tão previsíveis os homens. 4 da manhã. quem desdenha, quer comprar.

***

8 da noite. Melhores amigas. Japonês. "Só vim dar um beijinho!". CINCO? hahaha. - Luisa, aiaiaia. - Risada. Fofoca. Amor. Imenso, eterno, incontável.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Shuffle.

Tá Bom - Los Hermanos
"E ai não há sequer um par pra dividir..."; me sinto tão só.

Samba Social Clube - Arlindo Cruz, Cazuarina, Marcelo Nogueira
"...o canto que faz nossa música mais popular..."; tenho os melhores pais do mundo, que me acompanham em todo e qualquer programa. Até num show de samba, na lapa, terça-feira, pra ficar de pé, perrengue, e ainda rindo, sambando e curtindo.

Larga Isso de Mão - Chapéu Panamá
"amigo, ela já me teve por inteiro. pois agora só vai ter a palma da minha mão..."; gosto tanto de viajar de noite, de olhar as estrelas pela janela do ônibus. gosto de ter meu iPod por perto, só pra me dar um prazer ímpar, de estar só, só comigo.

Oh! Darling - versão Marjorie Estiano
"believe me when i tell you..."; não importa o que for, faça-me o favor. não duvide, não ponha em cheque, não deixe em momento algum de crer, seja o que for que eu disser.


(...)

***

Nunca fiz um shuffle virtual. Nossa. Não soou tão bem quanto no papel, no meio da madrugada, com o iPod longe, sem poder passar música. Não valeu... Mas já escrevi, agora vou publicar. Ninguém lê mesmo.

Chutando o balde.

Um colega veio dizer que hoje foi o último dia na faculdade. Definitivamente não bateu dor e nem saudade. Saudade, inclusive, é a última coisa que poderia bater nesse momento. E até mesmo arrependimento, frio na barriga ou medo... Nada disso veio visitar, tampouco.
No máximo um nozinho na garganta, nada que me faria repensar. Por nada no mundo eu voltaria atrás. Nunca mais ter pisado naquele lugar foi o maior peso que tirei das costas em toda a vida.

Pressentimento.

"Ai! Mas quem virá? Me pergunto a toda hora... E a resposta é o silêncio que atravessa a madrugada. Vem, meu novo amor. Vou deixar a casa aberta!"

***

Calor, lingerie branca, unhas pretas (nos pés, vermelhas), cabelos presos e ar condicionado. Escuridão, computador, agenda, celular, iPod, doc, Marcelo Camelo. Outro banho. Quatro? Calor... Pérolas falsas, brincos pretos, sorriso branco. Olheira. Muita olheira. Outro banho (daqui a 5 minutinhos)! Copo de coca-cola vazia. Desejo de coca-cola fazendo cosquinha no cérebro. Saudade, suor, Anna, 1517... Tanto tempo que não batia esse vazio - sei lá.

***

Preocupação. Matérias, tantas, letras, linhas, laudas. Preguiça. Duas já foram - Me faltam duas mais. - Entrevistados. Yuch!

Ufa!

Depois de passar algumas boas horas transcrevendo tudo o que eu pus no papel ontem a noite, acho que exauri toda a minha criatividade.
Verdade que essa música não é muito inspiradora e que os papos furados do msn também não ajudam... Verdade que só de saber que preciso escrever já começo a ficar paranóica e preguiçosa e oca... Verdade que escrever me dá prazer absoluto, mas que o trabalho me dá vontade de cortar os pulsos.
Acho que vou tomar um banho beem demorado, bem gostoso, aumentar a música (que acabei de mudar e escolher uma bem bacana), comer alguma besteira, me perfumar, por uma lingerie bem linda, e sentar para trabalhar. Ou tentar...

Para M.,

Não prentendo mais enviar e-mails que sei que não terão resposta ou fazer telefonemas que sei que não serão atendidos ou ainda devotar amor a quem ainda não está pronto para amar.

Tudo bem pra mim se você decidiu fingir que eu não existo mais. Não tem problema se não quer mais falar comigo ou sequer me responder.

Tudo bem se dessa vez você realmente me deixar; já tenho o melhor que vcê tinha a oferecer. Esgotaram-se as suas possibilidades. Ficou o mais bonito: a poesia.

Elisa Lucinda.

Grande mulher é essa Elisa Lucinda. Tão pouco foi o nosso contato, tão pouco sobre mim ela sabe, mas deixou para mim uma dedicatória que apenas quem compreende o outro com tanta verdade e clareza seria capaz de deixar.
E ainda mais que isso, apenas uma mulher tão a frente do seu tempo me diria algo tão simples e sublime, e ao mesmo tempo tão necessário e único como "Escrever esclarece". Escrever, de fato, me torna alguém nova a cada dia. Me conheço e me descubro outra todos os dias.
Obrigada Elisa. Agora finalmente acho que posso ir dormir, falta-me o sono apenas...

Identidade.

Os grandes mestres têm sempre algo a ensinar, e têm conosco sempre alguma peculiaridade em comum que nos faz devotar nosso tempo, nossa leitura e até mesmo nossos sonhos de futuro.
Clarisse Lispector teve sempre algo para dizer para mim. Não importa em que situação eu a leia, sempre temos alguma coisa em comum. Na grande maioria das vezes semelhanças nos atormentam e atraem.
Eu estava lendo seu livro de crônicas agora, porque o tempo não passa, e a noite não corre e o sono não chega. Adivinham como se chamava o texto? "Insônia infeliz e feliz". Incrível? Talvez não tanto quanto os dois textos adjacentes. Um que fala de um calor que consome e corrói, absolutamente como sinto agora; e um terceiro, um tradução de Burt sobre o realismo da arte, compartilhando comigo a idéia que acabei de escrever acerca da arte que não é absolutamente real...

Hoje cedo terminei de ler o novo livro do Geneton, que é um jornalista com quem muito me identifico, sobre o Fernando Gabeira.
Gabeira dizia que acha que todo estudante de jornalismo deve ler "O Velho e o Mar", do Heminguay, e "O Estrangeiro", do Camus. Incrivelmente são dois dos meus livros favoritos. Momentaneamente sofri uma identificação com o jornalista/político, que nos tornou próximos.
Outra coincidência desse livro foi a entrevista que li mais cedo na revista de Domingo, com o atual diretor do Jardim Botânico, de quem não me lembro o nome, que, em troca do embaixador alemão, o mesmo responsável pela soltura e pelo exílio de Gabeira, foi solto e exilado na época da ditadura no Brasil.
As coincidências com Geneton não param por ai! Este livro "Dossiê Gabeira" é muito novo, e eu nunca tinha nem ouvido falar dele. Foi presente de um grande amigo, dado numa fase em que eu, mais assiduamente, lia o jornalista e seu blog na Globo.com.

Elisa Lucinda é uma da poetisas mais reconhecidas do nosso tempo, e encontrei nela uma semelhança e uma verdade que tive com poucas pessoas na vida, fossem elas amigos, transeuntes ou artistas. Duvido que ela pudesse apenas atuar em"Parem de Falar Mal da Rotina". Aquele texto não parecia feito para mim, mas sinto como se fosse feito por mim, salvo, obviamente, a minha incapacidade de fazê-lo e a genialidade de Elisa, obviamente.

Até Vinicius de Moraes, Oscar Wilde e Gabriel Garcia Marques são autores com quem em muitos momentos me encontro. É absolutamente essa identificação que nos torna tão entusiastas de uma causa, tão apaixonados por uma obra ou tão devotos de um autor, diretor ou músico.
Porque sim, ainda nem falei dos filmes e das músicas... Imaginem só?! Se alguns livros que li nas últimas semanas e algumas horas de insõnia me causaram tamanho alvoroço, o que falar das músicas que tem tanto de mim?
Acho melhor deixar essa conversa para uma outra ocasião...

Os Meus Adjetivos.

Venho me esforçando para dormir, mas pior que o calor que faz aqui são as mãos atadas do quarto escuro e o silêncio que não quero e nem consigo fazer...
Hoje foi um dia bastante escrito, como eu talvez gostaria de defini-lo. Penso em como preciso aprender novos adjetivos. Gosto, sem dúvidas, mais deles do que de quaisquer outras classes de palavras.
Gosto ainda mais dos novos, dos inventados, dos erroneamente empregado por falta de algo mais condizente... Gosto de adjetivos ácidos, vermelhos, reais e doces. Gosto também dos pobres, sobretudo os pobres recheados de significação. Gosto, mais que tudo no mundo, de adjetivos desconcentrados que descrevem com brevidade e perfeição o sentimento ou a sensação real. Acho que se eu exercitar com muito capricho e cautela talvez um dia saiba adjetivar com clareza...
Deve ser por isso que não posso ser jornalista! Preciso ser ilimitada, adjetivista. Não sei ser discritiva sem ser sonhadora. Não ser fazer como Heminguay, porque não consigo dissociar real e sonho quando escrevo. Tampouco sei ser concisa com Camus. Embora muitas vezes eu use períodos curtos e bem pontuados, e isso seja um pouco de herança do autor brilhante, não posso apenas ser fria e não sonhar. Não sei dizer "Hoje mamãe morreu".
Eu nunca seria uma grande jornalista, porque não sei viver sem o sonho, e infelizmente só aprendi ainda a fazer o belo com o sonho.
O que não quer dizer que eu seja uma pessimista e não ame o real, até porque eu vejo muita poesia no concreto, mas preciso mais que tudo de fantasia.
Fantasia e sonho são talvez dois dos substantivos que mais são meus. Mesmo toda a irrealidade deles a mim é muito verdadeira, muito crua, e muito cheia de significação.

Carta para Barbara.

Ele, na verdade, muito a ama.
Mesmo quando evita seu nome
ou diz que você é infantil.
Mesmo que diz que você é fútil...

No fundo, ele depende das suas crises
Ele gosta do seu choro
E do seu jeito de ser fraca
E implorar amor.

Ele ama que você tenha defeitos lógicos
Para apontar de forma clara
É muito cômodo reclamar de alguém real
E você é real, e é presente.

Ele jamais a deixaria
Fosse por aventura, fosse por amor
Porque é fraco demais
Seja para se permitir, seja para te deixar.

Ele precisa dessa verdade difícil
Ele não tem coragem, tem medo do sonho
Você é tudo que ele pode querer
É tudo o que ele pode suportar.

Todas as vezes que ele me evita
E todas as outras que cede
São por causa de você
Por preguiça de te ter, e por medo de perder.

Toda a dependência que você representa
É compreensível porque ele não pode,
Simplesmente não sabe, ser feliz no sonho
Ele, na verdade, muito a ama.

Apartamento.

Embora esse não seja o momento ideal para me desconcentrar, sobretudo porque é semana de vestibular e o Brandão é realmente um bom professor, não consigo disprender meus pensamentos, que estão absolutamente longe, embora para mim estejam tão perto.
Sempre deixo bem claro o prazer que sinto em Dido, banho, caipirinha de morango, jogo de buraco e risadas. Mas se há algo no mundo que tornaria isso tudo muito, mas muito melhor, isso seria morar com a Carol!
Seria mais que incrível, seria a definição perfeita de felicidade, cumplicidade e bem viver. As alegrias que tomariam nossa casa teriam um gosto doce, confuso, introspectivo e vermelho!
É que a Carol é a pessoa no mundo que mais se parece comigo e que sem dúvida dividiria comigo absoutamente tudo, em perfeita sintonia.
Sejam coisas boas, ruins, felizes, extremamente íntimas ou particulares, tudo entre nós se divide. E ainda mais que isso... Tudo entre nós é cumplicidade.
Fico imaginando a nossa casa, a música ligada, uma garrafa de vodka na lixeira da cozinha, as risadas, nós duas sentadas sós... Teríamos aproveitado muito mais que em qualquer festa. E os banhos longos, as conversas no banheiro, a cozinha, os jantares, todos os potes de delivery na geladeira, a eterna preguiça...
E a decoração! As fotografias, os scrapbookings, os amigos pelas paredes! Os computadores e sempre a Dido.... A Dido seria a maior forma de representear o nosso lar, bem como a nós mesmas.
E quando decidíssemos festejar tudo começaria em casa, só por nos arrumarmos e conversarmos e brincarmos e rirmos. Meu Deus! mais do que nunca desejo isso. Seria a perfeita expressão de ser feliz em último nível!
Em casa teríamos tantos livros, e tapetes, almofadas, cortinas, fotografias e bagunça. E a arrumação seria também um programa. Tudo seria absolutamente perfeito, porque é a forma como sermpre vimos a vida. Essa forma leve de viver, essa energia boa, essa alegria doce; tudo de melhor emanaria dessa lugar chamado lar... E os amigos visitariam, teríamos brincadeiras de mímica e jogos de baralho até os vizinhos reclamarem, e pintaríamos a parede de vermelho, e nós mesmas faríamos isso. E faríamos arte, sonhos. Pintaríamos sonhos, viveríamos no sonho. Seria, e SERÁ, a mais fantástica das experiências das nossas vidas!
Será mais que fantástico, mais que feliz, mais que pleno. Será algo que ainda não inventaram nome que explique...

Questionário de Hotel.

De tempos em tempos estou lendo entrevistas em que as pessoas falam sobre o que escrevem na opção 'profissão' quando chegam a um hotel.
Muito artista gosta de fazer graça com isso e escreve coisas sugestivas. Hoje mesmo eu estava lendo entrevista do Ceylão, da revista de domingo do Globo. Este, se intitula humorista.
Embora eu ache bem pedante e batido esse papo, me remeteu a uma dúvida absurda sobre mim mesma.
Não sou lá o que se pode chamar de frequentadora assídua de hotéis, e para ser bem sincera nem me lembro há quanto tempo não me hospedo em algum. Como até hoje sempre que preciso preencher profissão em qualquer questionário uso o bom e velho 'estudante', nunca me ative muito a isto...
Dessa vez fiquei pensando o que gostaria mesmo de escrever numa lacuna dessas: Jornalista, produtora cultural, historiadora de arte, museóloga, professora, atriz, escritora, sonhadora, ou todas as anteriores? (E outras tantas, diga-se de passagem...)
Porque pra mim é tão difícil escolher que profissão seguir? Aos outros parece tão natural, tão cíclico. Após sair do colégio todos os meus amigos já sabiam o que queriam para toda a vida. Conhecem bem a eles próprios e podem cursar algo que vale para toda a vida.
Mas eu não... Eu jamais saberei o que dizer quando perguntarem "Profissão?", ainda que eu esteja trabalhando, ainda que esteja realizada.
Até acho que a ocupação muito em breve eu definirei, mas profissão... ah! Isso ainda demora...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cansaço.

Quando o corpo não aguenta e antes de dormir chora, é sinal de que a estafa é maior que a capacidade de aguentar, que todos os limites do próprio corpo foram ultrapassados e que nem o sonho é tão importante como só deixar as lágrimas descendo indiscriminadamente até o corpo, sem pensar ou responder, cair profundamente no mais pesado dos sonos.
E é um choro verdadeiro, da alma. Sem motivo, sem explicação, sem amor. Mais que isso ainda, é um choro de desamor, de abuso, de excesso. É um choro com todas as vísceras, toda a pele e o fundo dos olhos. Mas, definitivamente, não é um choro do coração.
E o sono vem forte, custoso, desajeitado; mas verdadeiro, exaurido, esgotado. É um sono de recompensa, de descompasso. Nele não há sonho, não há desejo, não há lembrança.
Sobra apenas o sonho de renascimento, de um acordar renovado, de uma outra pessoa. Sem dor, sem fadiga; alguém novo, de novo.
Nada mais consome nesse novo dia. É um dia introspectivo.

domingo, 15 de novembro de 2009

Tédio

O tédio é o rei das antíteses.
É um cansar de ficar parado,
um estado inebriantemente sobrio,
um enjoo de estômago vazio.

Não há televisão, computador ou música que faça passar;
não tem pipoca, água gelada ou brigadeiro que sacie;
o relógio enagana e anda para trás,
a vida prega peça e o tempo passa as avessas.

E o criativo foge,
a literatura não chama
e nenhuma letra atrai.

Só passa quando algo surpreendente acontece
como quando um amigo liga
e diz que vem com cerveja e saudades.

sábado, 14 de novembro de 2009

T-U-D-O-I-G-U-A-L-2-!

Fazer o que se eles são todos iguais, mas quando querem são tão fofinhos, e tão carinhosos, e têm um jeito tão doce de dizer que estão com saudade?!
E têm um jeitinho tão bonitinho de mentir para a gente, e inventar desculpas torpes sobre porque sumiram, que a gente gosta de fingir que acredita, acalantar e dizer que estava morrendo de saudades, mesmo quando já nem lembrava que a criatura existia!

Domingo.

Hoje é sábado, mas tá com tanta cara de domingo...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

T-U-D-O-I-G-U-A-L!

(em homenagem à minha amiga L.)

Homem é TUDOIGUAL! Muda endereço, telefone, CPF e time. Isso quando muda time... No mais, têm o péssimo hábito de achar que vão agir com descaso e que quando procurarem, vamos responder lépidas; que têm o direito de não atender o telefone, mas que jamais podemos deixar uma ligação sem resposta; que podem sumir três meses e mandar uma mensagem despretenciosa às 11 da manhã, e que a resposta será doce e gentil. Ahá.
EM OUTRA FREGUESIA!
Uma coisa são aqueles que achamos que valem a pena... Mas carinhas desimportantes, amores de final de semana, peguetes do passado, amigos que beijamos, ou demais 'des'afetos... NO WAY, baby.


Pioooor do que homem que acha isso tudo, é MOLEQUE que acha isso tudo. Ai, vai...

(M., antes que você cogite essa possibilidade, isto não é pra você.)

Mormaço Que Entontece.

As unhas verdejantes digitam trepidamente num teclado renitente linhas tortas, alérgicas, fungadas, ressaquiadas e cheias de calor. A atmosfera circundante é basicamente quente. Deveras quente e abafada e mormacenta. O ar entra quente no corpo quente. A mistura ácida dessas frentes causa chuva nos olhos e calor do lado esquerdo do peito. Amor, amor, amor... Não é possivel amar nesse calor! Não é possível amar na solidão, e nem tampouco no descaso. Não dá pra amar sem atender, sem responder, sem doer. Não dá pra amar doendo. Não dá pra amar doente. Amor doente, amor doentio, amor passante. Parece que de uma vez por todas passaram todas as paixões eternas e as paixões efêmeras. Sem dor, sem doença, sem ódio, sem ócio. Passou.

Almoço.

- Oi Lu. To ligando pro seu celular e você não atende...
- É que tá no silencioso dentro da bolsa, pai...
- Você tá em casa? Ah, claro... Se eu liguei pra casa!
- Mas fala...
- Sua mãe, tirou uns camarões do freezer. Tem que descascar para fazer panqueca de camarão com requeijão.
- Ah, tá. Pode deixar.
- E ai tem que fazer as folhas de panqueca. Depois quando eu chegar ai eu monto.
- E tem que fazer arroz? Bom, deixa que eu vejo e se tiver eu faço...
- Isso.
- Então é panqueca, arroz, folha e só?
- Eu posso levar uma batata. Ahh! Tem batata palha ai...
- Ah, pai! Isso não combina com batata palha!
- Combina com que?
- Com uma batatinha sauté!
- Então tá, eu levo a batatinha que combina.
- Beijo.
- Beijo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uniban.

Essa história já é velha, mas não cansa de dar pano para a manga. Eu tenho evitado falar de temas "de jornal" no blog, mas já que falei hoje do apagão e do filme do chacrinha, mal não vai fazer falar também dessa história que está entalada aqui.
Cada um tem uma justificativa para todo aquele rebuliço. Pra mim é bastante óbvio. Cada vez mais a permissividade entre os jovens vem fazendo com que se percam completamente os limites.
A culpa daquela bagunça toda não foi da Geyse, nem do vestido rosa, não foi dos alunos, nem da pessoa que começou aquilo tudo, ou da faculdade.
Podia ter acontecido comigo, com você, com qualquer outro, fosse o motivo que fosse. A roupa, a cor do cabelo ou uma individualidade qualquer. Aquilo tudo foi só reflexo de uma reação em cadeia completamente desenfreada.
Pobre da garota que passou por aquilo, mas que agora vai aproveitar os 15 minutos de fama e aparecer na Luciana Gimenez e posar pra playboy, segundo li hoje na internet. Bom vermos que existem estudantes que se mobilizam contra, como os da UnB que fizeram passeata contra o machismo mais cedo.
A mim, choca mesmo, é como isso é perfeitamente possível de acontecer quantas vezes sejam, e tomar vultos grandes tanto quanto este. O bulling não é nem o mais problemático de tudo, difícil é alcançar que pelo furor da ocasião todo mundo foi entrando no clima da confusão e quando tudo teve um desfecho, ainda chegaram ao absurdo de culpar a estudante, alcançando o ápice da falta de noção, respeito, ou seja lá o que for, expulsando a garota da faculdade.
Claro que a onda de protesto que veio em seguida serviu para a Universidade colocar a violinha no saco, se desculpar e readmitir Geyse. Mas é completamente inadmissível uma instituição de ensino ser tão repressiva, machista, baixa e desrespeitosa.
É porque eu, infelizmente, não estou numa Universidade hoje. Sem dúvida, se estivesse, escolheria os vestidos mais curtos e os saltos mais altos para ia à aula. Não que eu ache de bom tom, mas porque a liberdade de escolha não compete à instituição ou as demais alunos.
Tudo o que nos assiste enquanto vestimenta, comportamento, ou qualquer assunto que influa na vida social, pode andar dentro de limiares pré comcebidos, mas não pode jamais ser regido exclusivamente por eles, deixando gostos e características peculiares em segundo plano.


Foi só um desabafo.

Chacrinha e Clarisse

Ainda não assisti ao filme do Chacrinha. Mas como nenhum desses filmes costuma falar mal do personagem principal já posso, mais ou menos, esperar pelo que vou assistir. Vários depoimentos de gente que gostava dele, uns e outros inimigos, e uma conclusão brilhante de que ele era um grande gênio popular que arrastava multidões para sua platéia, fazendo toda a massa dar risada. Lindo! Super convincente e romântico. Um prato cheio para dizer que o cinema nacional vai de vento em popa, e pra creditar maravilhas a todos que participaram do projeto.
Sei que quando vir, vou me emocionar, possivelmente derramar lágrimas de manteiga derretida, e se bobear desejar intimamente ter vivido aquela época. Sou tão saudosista que sinto falta de coisas antigas só porque são antigas, não porque são boas... É bem possível que eu saia do cinema querendo voltar pro tempo do troféu abacaxi.
Como em Itaperuna estamos, mais uma vez, sem cinema, espero ansiosamente o dia de ir a outra cidade ver o filme. Enquanto isso, me cabem os trailers do youtube e as matérias, de alguns jornalistas, que estão na internet.


Estou lendo "A Descoberta do Mundo", de Clarisse Lispector, como já mencionei. É um livro de crônicas, todas elas publicadas semanalmente no JB, de 67 a 73. Coincidentemente agora há pouco lia uma pequena crônica que ela escreveu em 7 de outubro de 67, que se chama (adivinhem!) "Chacrinha?!".
Ela praticamente execra o apresentador. Vou copiar a crônica aqui:

Chacrinha?!, de Clarisse Lispector

"De tanto falarem em Chacrinha, liguei a televisão para seu programa que me pareceu durar mais que uma hora.

E fiquei pasma. Dizem-me que esse programa é atualmente o mais popular. Mas como? O homem tem qualquer coisa de doido, e estou usando a palavra doido no seu verdadeiro sentido. O auditório também cheio. É um programa de calouros, pelo menos o que eu vi. Ocupa a chamada hora nobre da televisão. O homem se veste com roupas loucas, o calouro apresenta o seu número e, se não agrada, a buzina do Chacrinha funciona, despedindo-o. Além do mais, Chacrinha tem algo de sádico: sente-se o prazer que tem em usar a buzina. E suas gracinhas se repetem a todo o instante — falta-lhe imaginação ou ele é obcecado.

E os calouros? Como é deprimente. São de todas as idades. E em todas as idades vê-se a ânsia de aparecer, de se mostrar, de se tornar famoso, mesmo à custa do ridículo ou da humilhação. Vêm velhos até de setenta anos. Com exceções, os calouros são de origem humilde, têm ar de subnutridos. E o auditório aplaude. Há prêmios em dinheiro para os que acertarem através de cartas o número de buzinadas que Chacrinha dará; pelo menos foi assim no programa que vi. Será pela possibilidade da sorte de ganhar dinheiro, como em loteria, que o programa tem tal popularidade? Ou será por pobreza de espírito de nosso povo? Ou será que os telespectadores têm em si um pouco de sadismo que se compraz no sadismo de Chacrinha?

Não entendo. Nossa televisão, com exceções, é pobre, além de superlotada de anúncios. Mas Chacrinha foi demais. Simplesmente não entendi o fenômeno. E fiquei triste, decepcionada: eu quereria um povo mais exigente."


Depois de ler a crônica acho que dá até preguiça de ver o filme. Talvez porque eu de fato seja apaixonada por Clarisse, e eu vou achar a definição dela muito mais competente do que a do diretor que filmou Chacrinha. Mesmo que não seja... É paixão, e com paixão a gente não discute.

Independente de qual seja a posição dela com relação ao Chacrinha, e embora muitos discordem, sem dúvida alguma se há uma opinião que partilhamos com total verdade é, sem sombra de dúvidas, querer um povo mais exigente.

Apagão II

Ninguém tinha muita noção das proporções que o apagão tinha tomado. Incomunicáveis, sem televisão, computador ou telefones sem fio, ficava difícil alcançar que o problema era bem maior e que quase o país todo tinha parado.
Enquanto ninguém tinha ligado para o celular com essa notícia desesperadora a noite estava tranquila e agradável. Embora fizesse calor, as janelas abertas faziam o ar circular, o que, em partes, resolvia o problema.
Então a família se sentou junta para conversar sobre as obras do restaurante, os últimos detalhes de decoração, as cores e os acertos finais. Foi um começo de noite tranquila.
Embora não houvesse música, os sons que vinham da rua soavam muito musicais, o que é uma das maiores vantagens de viver tão longe de civilização (ou, pelo menos, de viver perto de uma fazenda).
Grilos, cigarras, sapos. Todos cantavam uma melodia ensaiada e bastante harmônica, enquanto a voz doce da mãe, contrastada com a áspera rouquidão da voz do pai, acalmavam os corações de filhos tão devotos.
Após horas de conversas gostosas era hora de se recolher. Antes de dormir, era preciso ler um pouco. Clarisse Lispector não pode esperar. A ansiedade corriqueira não permitiria. Num malabarismo ensaiado pousava a vela sobre o corpo e ascendia o livro numa posição que houvesse luz, mas longe do fogo.
Depois de acabar com as únicas duas velas que encotrara, era hora de dormir. Ai começou o problema de estar longe de tudo. O alarme não liga se não tem energia elétrica, e ai vem a preocupação...
Nessa hora o calor começa a ser problema sério. Os latidos dos cães irritam, qualquer som desconcentra, dá medo. Levanta, deita, bebe água, caminha, procura velas, pega lanterna... Noite sem fim!

Futuros Amantes

Leo Gandelman virá a Itaperuna nessa semana. E ela decidiu ouvi-lo para ir aproveitando desde então a maravilha do som do saxofonista, que é por tantos mestres considerado um dos melhores que temos.
O novo trabalho do artista é um DVD, que se chama "Sabe Você". É tão brilhante, que junto ao sax de Léo cantam Luiz Melodia, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Leila Pinheiro, Caetano Veloso, Milton Nascimento e outros tantos deuses da nossa música.
O som que ela ouve é Futuros Amantes, que vem direto do myspace do Leo, com voz de Chico.
"Não se afobe não que nada é pra já. O amor não tem pressa, ele pode esperar, em silêncio..."
Meia verdade. Sem pressa ela pode pelo amor esperar. Mas jamais quieta. Precisa dizer isso a ele. É importante que ele saiba que em cada segundo pensa nele, e que perde o sono, e que respira ofegante, e que o ama, mais do que nunca.

Apagão

Talvez eu devesse apenas fechar o livro e dormir. Mas toda a calmaria me inquieta. Ouvir o coachar dos sapos, os sons da cidade dormindo e o barulho do vento no fogo da vela me deixam deveras poética e imaginativa.
Embora hoje ele não tenha deixado o telefone ligado e eu não tenha conseguido ouvir sua doce voz rouca, eu sei que quando decidir dormir será seu corpo que vou sentir junto ao meu.
Em meus sonhos irei beijá-lo e ele retribuirá com mais amor que jamais pensou nutrir por outrem. Um dia, verdadeiramente, ele o fará.
A cidade silenciosa ouve apenas os latidos dos cães inquietos e o vento dançante que entra pelas janelas.
As outras moças, menos inquietas e mais despreocupadas, dormem o sono dos justos e sonham com seus amados. Os rapazes sós pensam coisas de rapazes que eu jamais serei capaz de alcançar ou entender.
E o meu rapaz está no escuro, daquela cidade grande, e muito me preocupa.
Hoje vem o caos, amanhã ele se instaura. Nem mesmo Saramago compreendeu tão bem o pânico generalizado que vai se instaurar por aqui.
Eu, de minha parte, não me importo. Vou seguir lendo Clarisse, ainda que a luz de velas, e fazendo poesia. Queria apenas notícias do meu belo rapaz...

sábado, 7 de novembro de 2009

Os outros

Interessantes
Apaixonantes
Apaixonados
Fustigantes
Acelerados
Inebriantes
Comuns
Cansativos
Irritantes
Desapaixonantes
Efêmeros

Simples.

Simples como uma manhã de sol
é a felicidade estampada em mim.
Pela quantidade de amor que guardo
e pela quantidade que compartilho.



Simples é ser feliz na vida, é ser amigo, é ser do bem! É simples fugir de confusão, é simples correr atrás, é simples ouvir música boa e dançar como se ninguém estivesse vendo. Simples é reconhecer que alguém precisa de você, e que em alguns momentos sua presença não é bem vinda. Simples é amar, fazer amor, rir, gargalhar, escutar, dividir... Simples é buscar a felicidade, tentando nunca fazer mal a ninguém!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Dance me to the end

Era sexta-feira e ela tinha colocado o telefone para despertar cedo. Queria acordar para aproveitar o dia de estudo. Desde a manhã anterior quando tomou a importante decisão de deixar um pouco as letras, as conversas e os e-mails, sabia que o que precisava fazer era se amar mais, para pensar no futuro com mais propriedade.
Na quinta ela deixara pequenos vícios de lado. Não abriria mão de outros, mas aqueles que nada acrescentavam, deixou-os ir. Depois tomou um banho gelado. Pôs a Dido tocando, bem alto, beeeem alto, e entrou no box, com o chuveiro na função verão, para sentir a água tão gelada, que cada célula do corpo se refrescou. Lavou os cabelos enquanto dançava e cantava. Saiu do chuveiro e vestiu uma lingerie tão bonita, que combinavam com a cor das unhas. Nem precisava de roupa...
Penteou os cabelos, passou hidratante em todo o corpo. Sentiu a delícia de cada uma daquelas sensações. Lavou a alma!
Foi à cozinha, fez um balde de pipoca e buscou uma garrafa de coca-cola bem gelada. Se pôs a estudar. Horas. Não viu o tempo passar. Aprendeu. Mais que história... Aprendeu a sentir tanto bem estar quanto possível.
Depois, assistiu a aula com paixão. Escreveu com paixão, anotou com paixão... Saiu com as amigas e riu com muita paixão, tomou a vodka com morango com paixão, comeu com paixão, caminhou até o carro com paixão, chegou em casa e atendeu o telefonema da vó com paixão, jogou baralho com a amiga com paixão, e dançou sob a lua, com muita, muita paixão...
Não tinha música ali, mas se tivesse, certamente estariam cantando "Dance me to the end of love"...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009