quarta-feira, 9 de julho de 2014

7x1

que coisa mais estranha esse sentimento. passei a noite toda dormindo/acordando/sonhando inquieta. dudu só foi deitar depois das três da manhã. e eu tô com um sentimento ruim engasgado em mim. um ar que falta.

não sou pessoa de gostar de futebol. nunca fui de dar bola pra copa. também nunca torci contra a seleção. mas dudu também mudou isso em mim. me mostrou a beleza das nações juntas, das energias de pessoas de todo o mundo convergindo pra um lugar. e, ainda mais que isso, eu estava aqui no rio pra ver a copa acontecer. foi lindo. foi mágico. a cidade maravilhosa voltou a ser ma-ra-vi-lho-sa.

vinhamos jogando meio cá, meio lá. passando pelos times, nunca com muita facilidade, mas estávamos na semi-final. íamos pegar a super alemanha, sem thiago, sem neymar, sem estrutura física e psicológica. era possível? era possível acreditar que sim. era possível acreditar que estes meninos iam entrar em campo e fazer o impossível. que a camisa amarela ia fazer a diferença. eu acreditava que o fred ia, finalmente, jogar. que o time ia conseguir de um jeito diferente ganhar mais essa. mas eu também estava preparada pra perder. o time fez o que tinha que fazer. já estávamos na semi-final!

e o jogo começou. em dez minutos um gol. - tudo bem, tudo bem. dá pra recuperar.
em menos de 15 mais quatro gols. caramba. eu tive aquela sensação de 11 de setembro. eu não tinha conseguido acreditar que estava acontecendo, e de repente outro. mais outro, mais outro, mais outro. cinco torres gêmeas caídas. silêncio. ninguém que estava comigo conseguia reagir. ninguém no campo conseguia reagir.
aqueles quatro gols eram o reflexo do desequilíbrio emocional do nosso time. perdeu seu maior astro - um astro que a imprensa pintou como o salvador da pátria. todo mundo acabou comprando essa ideia. - e como é possível jogar sem Neymar? como é possível jogar sem o nosso tão emocionado sempre capitão? - eles não acreditaram, eles perderam a fé. neles mesmos. se perderam, se embolaram, perderam o chão.
que triste. é tão triste ver alguém perder o chão. é tão triste ver alguém sem saber o que fazer pra dar a volta por cima.

no segundo tempo voltaram com garra, os meninos. o marcelo parecia que sozinho ia vencer a alemanha toda. faltou pulso firme dessa vez. estavam jogando melhor, mas não o suficiente, e foram de novo perdendo a confiança. fred não fazia nada, julio, nada, david, nada. ninguém reagia mais. foram mais dois gols. dois gols tristes de engolir, que no final somavam 7. a pior goleada que o brasil já tomou em copas do mundo.

o oscar ainda fez um gol alí no final. faltando uns minutos. não deu nem pra comemorar. mas merecia ser comemorado. era uma verdadeira força que fazia conseguir ainda um gol.

nesse meio tempo as piadas nas redes sociais já eram infinitas. algumas eram mesmo engraçadas. o brasileiro nunca perde o humor. outras eram mesmo muito tristes - sobretudo aquelas que escolhiam alguém pra culpar.

da pra culpar alguém?


um país sedia a copa do mundo de futebol. recebe os estrangeiros de braços abertos. muito amor, muita beleza. aquela energia linda brasileira. a torcida anda junto. torce, grita, vibra.
mas sempre tem aquela gente - putz, se eu posso culpar alguém, eu culpo aquela gente - que não tem amor por nada. que confunde paixão com amor, que mistura tudo, e que reage mal a todo estímulo negativo. aquela gente que vaia o time, vaia o técnico, manda a presidenta e o jogador tomarem no cu, queima bandeira, quebra as ruas. essa gente, é dessa gente que eu tenho... eu nem sei definir o meu sentimento. não consigo ter raiva, talvez seja pena, talvez seja repulsa, talvez seja vontade de não ver nem pintada de ouro.

é essa gente, que tem esse temperamento, que torce pro brasil (não só essa gente, é claro) e que na primeira oportunidade odeia o brasil - e vem cheia de discurso dizendo que "é obrigação" blablabla. obrigação é amor ao próximo, respeitar, acolher um time que perdeu o chão e mostrou suas fraquezas, e mais que isso, é não quebrar as ruas, o que é do outro.

um país com esses torcedores não merece ganhar uma copa do mundo, talvez.

é claro que existem essas pessoas, extremistas, enlouquecidas e enfurecidas em todos os lugares. a diferença é que a educação em outros lugares suplanta absolutamente essa minoria. aqui ela se destaca. ela ganha destaque. a mídia erra de novo, dando força pra este tipo de gente. quase que dando razão pra qualquer destemperado.

eu sei, que de tudo isso, eu saí triste. de verdade, de ver mais uma vez como o ser humano pode ser ruim.


lucky us a copa como um todo mostrou que existe muita gente boa nesse mundo. é perto desses que eu quero estar. só isso.

-

essa derrota não vai ser esquecida. o meu sentimento de tristeza vai passar. mas eu quis escrever agora, porque 1) eu precisava tirar isso de mim e escrever sempre esclarece 2) talvez eu não lembre claramente sobre tudo e vale documentar.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

puta que pariu

8 pessoas leram o blog ontem. 16 acessos hoje!!!!! to chocada. eu sei que eu entrei mais cedo e postei e entrei agora e tudo o mais. e sei lá, voltei umas 3 ou 4 páginas. mas eu não dei 16 refreshs. bombo muito. to chocada.
serio gente. alguém que me le pode se dar ao trabalho de comentar dizendo, "hey lu, it's me!"? me sinto muito confusa com isso tudo.

ah! se interessa, to na fase 133 do candy crush.

back to diarinho.

jogada na cama depois de devorar o final da minha lata gigante de pistache.

parei pra dar uma relida nas coisas que escrevi esse ano. não foram muitas, no caso. ai fui lendo um pouco mais pra trás. tem essa coisa do diarinho. é legal. eu gosto de me ler.
não me importa que ninguém mais leia. talvez seja até legal ninguém mais ler.
falando nisso, vou analisar aqueles gráficos de visitações. Sempre me surpreendo.
Vou chutar. Pra ontem, 2 visitas. Será? To sendo muito pretensiosa? Porque alguém leria o insônia?
um pouco antes do que eu deveria, sempre, me dou conta que estou acordada. aquela imensa vontade de fazer xixi que me impulsiona para fora do edredom lutando seriamente com o desejo desmedido de me aninhar no meu namorado, nos meus travesseiros e voltar a dormir. o xixi sempre ganha. tiro o tapa olho, e com muita dificuldade vejo os primeiros raios de luz na janela. eles sempre tem o mesmo tom, não importa se o dia é de sol ou não. as cores na cortina não variam. elas sempre são claras e frescas. elas me fazem sentir uma deliciosa vontade de ir ver se há dia, se há sol. tem dia que tem, tem dia que não. mas eu não vou correndo descobrir. primeiro tem o celular, depois, o xixi. depois, quando não é muito cedo e não to com muita pena, um abraço e um agarrinho no dudu, depois mais celular, e ai, só quando ele desperta é que eu vou, de verdade, até a janela - sempre na esperança de um dia de sol - ver se tem luz ou não.
hoje amanheceu sem sol. a cortina está aberta. e enquanto eu escrevo - e isso pode ser só uma auto sugestão, mas não tenho certeza - a casa de encheu de luz. o sol deve ter, finalmente, saído.
let it shine.