quinta-feira, 1 de novembro de 2018

pequenos confortos

o insônia é um blog que não muda de layout há milênios (e eu duvido muito que um dia mude de novo). e ele é um porto seguro virtual porque de alguma forma eu sinto que olhar para ele é olhar para mim.

mas mais que o layout externo do blog, para quem lê - a blogspot manteve por todos esses anos uma identidade, se não igual, muito parecida. e isso também dá um certo conforto.

vir aqui escrever e ver essa mesma fonte, imaginá-la já lá publicada - não que eu fique imaginando muito, no caso, mas é que ao fechar os olhos eu vejo lá pronto - eu me retorno a mim.

o blog é de 2009. em alguns meses ele completa 10 anos. e quando eu olho para mim eu tento entender quanto de mim é luisa, quanto de mim é a antiga luisa, quanto de mim é uma nova luisa. quanto mudou, quanto está sempre mudando, quanto fica.

não sei se sei o que quero dizer com isso. ou sei. é o que eu escrevi no titulo. isso me conforta. voltar a mim, a um lugar seguro que pra mim é como se fosse a extensão da minha casa. escrever nesse blog é como voltar aos meus 20 anos, é mais anterior até a isso - porque escrever me da a sensação de mim, mesmo quando eu tinha 13, 14 anos.

escrever nesse blog é como visitar as minhas antigas coisas. meu quarto, minha luz, meu edredom, minhas roupas, minhas conversas no msn, minhas músicas baixadas com tanto sacrifício no kazaa. e ao mesmo tempo, é encontrar a mulher que foi se construindo nesse caminho.

e se orgulhar dela. pqe, olha, se tem uma coisa que eu posso dizer com certeza é que eu me orgulho para caramba da mulher que eu sou. e claro, que tudo pqe eu fui criada pelas pessoas mais incentivadoras da liberdade desse mundo, que me deram todo o carinho, me encheram de afeto, e que me permitiram ser livre - verdadeiramente livre.


quando eu converso sobre liberdade de ser com alguém eu sinto sempre um problema. se é homem, pra ele a liberdade é tão óbvia, que não toca profundamente. se é mulher, dificilmente é livre como eu - se é, conto nos dedos. e por isso eu amo tanto tanto giovanna e ana clara, pqe eu acho que elas sim são livres. mas até mesmo quando eu olho para elas eu vejo suas amarras. mesmo elas. mesmo eu.

e eu penso o quanto essas amarras são poucas perto das tantas outras que eu vejo ao redor, nas pessoas que eu amo tanto (mas que, infelizmente, admiro menos). mas que ainda assim precisam ser quebradas.

eu não quero ter uma filha um dia que seja qualquer coisa menos que o mesmo que me desejou papai quando eu nasci: livre.

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