quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Feliz.

As pessoas na rua se perguntavam quem era aquela menina de cabelos castanhos e vestido vermelho que, às 9 da manhã, andava dançando e cantando, pela pacata cidade. Os pedreiros nas obras, as babás com as crianças, todos os que passavam; ninguém entendia uma felicidade tão repentina, tão temprana, tão mundana e ainda assim tão sonhadora.
Ela, tampouco, entendia da ontem vinha tanta alegria. Não era por nada em especial, era especialmente por tudo. Especialmente por reconhecer que um dia de sol, daqueles em que há brilho, luz e vida, daqueles em que todas as melhores energias emanam da terra, hão de ser comemorados, hão de ser celebrados!
Quando um ser HUMANO passa a buscar compreender a vida, amplamente, o sentido dela, a força, os caminhos, os rumos, os sentimentos... Quando, por menor que seja, haja crescimento, interno, pessoal, forte; a primeira das desvantagens é passar a enxergar criticamente o mundo que cerca, e passar a ver beleza no que é mais superior e elevado, e perder um pouco o gosto pelo que é tocável, real.
Ela queria, sim, se elevar, crescer, aprender, apreender, queria sempre mais, muito mais. Mas também não queria deixar de sentir prazer no vento quente, no sol latente, na música. Não queria deixar de aproveitar o sentimento de felicidade e plenitude que tocava um momento como aquele.
Felicidade, definitivamente, era esse o termo certo. Feliz. Muito.

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