Queria sempre que tivessem dois adjetivos que a ela remetessem. O primeiro era amorosa; O segundo imprevisível.
***
Eu não tenho pressa. Eu tenho ÂNSIA!
***
Era noite. A claridade do poste entrava pela janela, não podia ver a lua, que àquela hora estava bem no alto, sobre a casa. Enquanto no rádio ouvia Dido, a luz de leitura estava acesa.
Sentada na cama, recostada em quatro travesseiros grossos, sob o edredom, lia.
Fechou o livro de um sobressalto, pegou o caderno vermelho que fica na mesa de noite e a caneta preta de ponta grossa que não gosta. Escreveu.
'Quero para a minha vida alguém que me surpreenda. E que isso valha menos apenas que o amor que me dedicar'.
Ao lado desenhou um coração, em seguida uma flor e outra mais. Rabiscou as bordas do papel, encheu de estrelas seus sonhos.
Não conseguia ir além daquelas duas frases. Talvez de fato elas fossem suficientes para definir o que sentia naquele momento.
Fechou o caderno, deitou de lado abraçando os travesseiros e pensou em como queria dormir acompanhada. Pensou em sexo. Sentou-se novamente. Abriu uma vez mais o caderno. Escreveu seu nome, no centro de uma página em branco.
Adormecida começou a escrever outros tantos ao lado do seu. Nenhum deles de fato combinava. No sonho acabava só.
Despertou sem fôlego decidida a não pensar mais no amor.
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