Outro dia escrevi uma matéria de que gostei muito. Passei um bom tempo organizando as perguntas; outro tanto a escrevendo. Quando terminei o trabalho, estava orgulhosa de mim mesma.
Nós, seres humanos normais, cheios de defeitos, pretensiosos e egocêntricos tendemos a valorizar as coisas que fazemos com carinho, sem humanizar o trabalho.
Quando estava contando a um amigo, envaidecida, que estava feliz com meu próprio trabalho, ele começou a fazer perguntas acerca da entrevista e do entrevistado.
Eu, quase automaticamente ia respondendo-as todas. Estava mesmo segura e preparada! O trabalho só podia ficar bom, já que tudo que era preciso perguntar de fato o fora.
Mas nem tudo são flores. No auge da minha felicidade meu amigo perguntou – Ele é feliz? Por quê? – Choque. Total. A pergunta mais importante, a mais forte, a que faria a diferença entre um grande texto e um mediano estava ali. E eu não a tinha feito.
E pior ainda que isso: Eu não sabia a resposta! Sabia que ele é um homem solitário e que isso o incomodava, mas sabia também que é de hábitos simples e sente prazer no trabalho.
Acho que sim, que é um homem feliz, mas não posso afirmar. São conclusões tolas de uma jornalista que conviveu com o entrevistado por poucas horas.
Como conseqüência disso, pensei em passar a perguntar a todos no início de qualquer entrevista – Você é feliz? Por quê? – Depois de muito pensar, comecei a tentar me colocar na posição do entrevistado. O que eu responderia?
Obviamente eu diria que sou feliz, muito feliz. Mas o porquê seria um problema de difícil solução. Acho que de imediato pensamos em tudo aquilo que é clichê: família, amigos, saúde, cultura, divertimento sempre que possível...
Mas não é só isso! Claro que isso também, mas não apenas. Lavar o cabelo com xampu e penteá-lo por horas sentindo o cheiro mais gostoso do universo me faz feliz; ficar sentada ao computador com um pote de creme hidratante do lado, lambuzando o corpo, sentindo cada poro meu, isso me faz feliz; achar uma calça antiga no armário e ver que ainda entro nela, e que vai ficar estupenda com a blusa nova e aquela sandália que vi na vitrine um dia desses; tudo isso me faz feliz.
Comecei a enxergar que felicidade mesmo, plena, a gente só tem em momentos muito curtos, como o tempo de um cheiro agridoce ou o sorriso do melhor amigo. Que no mais somos felizes, mas temos lá nossos pequenos problemas que nos impedem de sermos plenos.
Se quiser uma boa dica para aproveitar o dia e aproveitar você mesmo, passe um dia com você. Escolha seu disco preferido, tome um banho longo, perfume-se, sinta prazer nas pequenas coisas. Aprenda ver beleza e poesia no fugaz e assim tornarás eternas efemérides que jamais pensou fazerem real diferença.
sábado, 31 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
M. - parte II
Dai para a frente ambos cerraram os livros, e os guardaram. Conversaram, pareciam se conhecer há vidas. Tinham tanta coisa em comum, gostos tão peculiares e tão pares. E - puxa - ele tinha os olhos mais vivos entre todas as pessoas do mundo!
Era uma sexta-feira. Quem daria algo por uma sexta-feira num ônibus? O melhor que podia acontecer era apaixonar-se por Winston, ou odiar o Grande Irmão... Capaz!
Ao chegar no primeiro destino decidiram caminhar, aproveitar o sol, que como nunca brillhava no céu anunciando a chegada de um dia especial e do sentimento maior que sentira.
Ele tão cavalheiro, tão polido e educado. A fez companhia, com o intuito de ajudá-la a gastar o tempo livre. Não como sacrifício, pois certamente, assim como ela, estava verdadeiramente encantado pela infinidade de semelhanças que tinham, mas bem ou mal perdendo precioso tempo das belas ondas do mar, que estava encantadoramente verde e convidativo naquela manhã do Rio de Janeiro.
Ela tinha afazeres, mas não queria deixá-lo. Ainda não estava apaixonada - se recusava a senti-la por alguém tão despretensioso - Mas encantada, certamente.
Combinaram um encontro para as horas que seguiriam, na praia.
Enquanto esperava no consultório médico a hora de entrar, borboletas assanhadas dançavam um ballet em seu estômago, quase saindo pela boca tamanha ânsia de ver o tempo passar.
Era uma sexta-feira. Quem daria algo por uma sexta-feira num ônibus? O melhor que podia acontecer era apaixonar-se por Winston, ou odiar o Grande Irmão... Capaz!
Ao chegar no primeiro destino decidiram caminhar, aproveitar o sol, que como nunca brillhava no céu anunciando a chegada de um dia especial e do sentimento maior que sentira.
Ele tão cavalheiro, tão polido e educado. A fez companhia, com o intuito de ajudá-la a gastar o tempo livre. Não como sacrifício, pois certamente, assim como ela, estava verdadeiramente encantado pela infinidade de semelhanças que tinham, mas bem ou mal perdendo precioso tempo das belas ondas do mar, que estava encantadoramente verde e convidativo naquela manhã do Rio de Janeiro.
Ela tinha afazeres, mas não queria deixá-lo. Ainda não estava apaixonada - se recusava a senti-la por alguém tão despretensioso - Mas encantada, certamente.
Combinaram um encontro para as horas que seguiriam, na praia.
Enquanto esperava no consultório médico a hora de entrar, borboletas assanhadas dançavam um ballet em seu estômago, quase saindo pela boca tamanha ânsia de ver o tempo passar.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Eu Sei Que Vou Te Amar
Cedo no teatro assistia Danilo Caymmi. Num momento do espetáculo o artista decidiu homenagear o grande mestre e maestro Antônio Carlos Jobim. Depois de "Samba do Avião" e "A Felicidade", Danilo cantou "Eu Sei Que Vou Te Amar".
Essa é uma daquelas canções que a ninguém passa desapercebida. Não há quem não se sinta apaixonado ao ouvi-la.
Diferente de todos no mundo, Luisa não conseguia pensar em ninguém. Todos os amores, todas as paixões, em nenhuma ela de fato conseguia pensar "por toda a minha vida". A efemeridade dos sentimentos que sempre nutriu passou a ser compreendida por ela naquele instante.
A dor fustigante de tanto desamor jamais ardera tão ferozmente. Nunca fora deveras amargo o suave gosto de não ter ninguém para chamar seu, chamar sempre.
Não bastasse a dor de não ser capaz de amar "por toda a minha vida", em quaisquer das direções que olhava casais se abraçavam, se tocavam e silenciosamente juravam amor etreno. Até mesmo a amiga que sempre fora solidária da causa desamor dessa vez tinha conhecido alguém realmente especial...
O primo, grande irmão mais velho, também tinha uma nova namorada. Embora ela sempre tivesse ciúme das namoradas dele, simpatizava com a atual - é uma pessoa meiga e inteligente - pensava.
O casal da frente entrelaçõu os dedos das mãos. Até mesmo o homem que no início do show dormia solenemente e despertou de um susto com as palmas eufóricas da platéia cantava para sua amada os versos da canção.
Os pais estavam sentados distantes, mas ela podia ver o amor emanar daquele casal prestes a comemorar as bodas de prata. A mãe, com seu jeito meigo, recostou a cabeça nos ombros do pai. Ambos tinham um semblante calmo e aparentavam estar em plena harmonia.
O casal setado atrás tinha ainda mais tempo junto. Pareciam ser bastante parceiros um do outro. Ela os conhecia pouco, mas por eles nutria doce simpatia. Juntos, em voz alta, cantavam com Danilo a bela letra de Tom.
Cercada de tanto amor Luisa sentiu-se só como jamais acontecera em toda a vida. Precisava abrir seu coração urgentemente a um novo amor. Aquele que deveria ser "por toda a minha vida".
Essa é uma daquelas canções que a ninguém passa desapercebida. Não há quem não se sinta apaixonado ao ouvi-la.
Diferente de todos no mundo, Luisa não conseguia pensar em ninguém. Todos os amores, todas as paixões, em nenhuma ela de fato conseguia pensar "por toda a minha vida". A efemeridade dos sentimentos que sempre nutriu passou a ser compreendida por ela naquele instante.
A dor fustigante de tanto desamor jamais ardera tão ferozmente. Nunca fora deveras amargo o suave gosto de não ter ninguém para chamar seu, chamar sempre.
Não bastasse a dor de não ser capaz de amar "por toda a minha vida", em quaisquer das direções que olhava casais se abraçavam, se tocavam e silenciosamente juravam amor etreno. Até mesmo a amiga que sempre fora solidária da causa desamor dessa vez tinha conhecido alguém realmente especial...
O primo, grande irmão mais velho, também tinha uma nova namorada. Embora ela sempre tivesse ciúme das namoradas dele, simpatizava com a atual - é uma pessoa meiga e inteligente - pensava.
O casal da frente entrelaçõu os dedos das mãos. Até mesmo o homem que no início do show dormia solenemente e despertou de um susto com as palmas eufóricas da platéia cantava para sua amada os versos da canção.
Os pais estavam sentados distantes, mas ela podia ver o amor emanar daquele casal prestes a comemorar as bodas de prata. A mãe, com seu jeito meigo, recostou a cabeça nos ombros do pai. Ambos tinham um semblante calmo e aparentavam estar em plena harmonia.
O casal setado atrás tinha ainda mais tempo junto. Pareciam ser bastante parceiros um do outro. Ela os conhecia pouco, mas por eles nutria doce simpatia. Juntos, em voz alta, cantavam com Danilo a bela letra de Tom.
Cercada de tanto amor Luisa sentiu-se só como jamais acontecera em toda a vida. Precisava abrir seu coração urgentemente a um novo amor. Aquele que deveria ser "por toda a minha vida".
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
M. - parte I
Ela acordou cedo. Estava ansiosa. Algo borbulhava em seus pensamentos.
Enquanto esperava a van de sempre, que a levaria do Ingá para Ipanema, ouvia no iPod a música bonita que lembrava o ex namorado.
Desistiu de esperar pela van, decidiu pegar um ônibus que pararia na Gávea. Depois daria um jeito de chegar ao Leblon - Qualquer taxista no Rio sabe chegar ao Leblon.
Quando ela entrou no ônibus ele já estava lá. Sentado ao lado da prancha, lendo cabisbaixo. Os cabelos lisos caiam sofre o rosto. Ele era lindo, tinha cara de bebê, e lia.
Só por ler mesmo tendo cara de bebê, já ganhou um pedacinho dela.
Ela sentou-se ao lado dele. Ia arriscar um bom dia, mas optou por um sorriso leve. Logo pegou o livro que lia e começou a devorá-lo. Não tinha jeito de não devorar. Orwell.
Ela começou a se desconcertar. Ele tinha um cheiro de banho. Um pele morena queimada de praia. Tão envolvente, tão agradável.
Depois de algum tempo iniciaram um diálogo. Ela foi quem sugeriu o assunto, aproveitando a deixa de um telefonema dele para um amigo. - Também vai para o Leblon? Pode me dizer como chegar lá?
Enquanto esperava a van de sempre, que a levaria do Ingá para Ipanema, ouvia no iPod a música bonita que lembrava o ex namorado.
Desistiu de esperar pela van, decidiu pegar um ônibus que pararia na Gávea. Depois daria um jeito de chegar ao Leblon - Qualquer taxista no Rio sabe chegar ao Leblon.
Quando ela entrou no ônibus ele já estava lá. Sentado ao lado da prancha, lendo cabisbaixo. Os cabelos lisos caiam sofre o rosto. Ele era lindo, tinha cara de bebê, e lia.
Só por ler mesmo tendo cara de bebê, já ganhou um pedacinho dela.
Ela sentou-se ao lado dele. Ia arriscar um bom dia, mas optou por um sorriso leve. Logo pegou o livro que lia e começou a devorá-lo. Não tinha jeito de não devorar. Orwell.
Ela começou a se desconcertar. Ele tinha um cheiro de banho. Um pele morena queimada de praia. Tão envolvente, tão agradável.
Depois de algum tempo iniciaram um diálogo. Ela foi quem sugeriu o assunto, aproveitando a deixa de um telefonema dele para um amigo. - Também vai para o Leblon? Pode me dizer como chegar lá?
Bom Dia!
Bom dia pra você, bom dia pros seus ancestrais, bom dia pra sua vaca!
***
Time to wake.
Levantar de um pulo. Ligar a música bem alta. Acordar dançando. Escovar os dentes com vontade. Jogar água fria na cara. Lavar bem os cabelos na água gelada. Colocar uma bela roupa. Procurar um óculos de sol que combine. Perfumar-se. Sair de casa com um sorriso estampado!
***
Bon jour, Bom dia, como vão todos?
Bon jour, Bom dia, sua esposa senhor...
***
Time to wake.
Levantar de um pulo. Ligar a música bem alta. Acordar dançando. Escovar os dentes com vontade. Jogar água fria na cara. Lavar bem os cabelos na água gelada. Colocar uma bela roupa. Procurar um óculos de sol que combine. Perfumar-se. Sair de casa com um sorriso estampado!
***
Bon jour, Bom dia, como vão todos?
Bon jour, Bom dia, sua esposa senhor...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Ainda Bem Que Hoje Choveu
Enquanto eu, sentada ao computador, escrevia o que deveria ser esse artigo, começou a chover em Itaperuna com há muito não se via.
Era uma chuva grossa, forte, clara, cheia de raios, trovões e energia. Tinha tudo para fazer a luz cair, queimar os eletrônicos e dar uma tremenda dor de cabeça.
Decidi mudar o foco. Desliguei o computador, todas as luzes e tomadas da casa. Sentei-me na varanda com algumas canetas e um pouco de papel.
Pensei em pegar o iPod, mas achei que para entrar no clima era melhor evitar qualquer interferência externa, e ter um encontro meu com a chuva.
O som dos trovões era tão forte que me fazia estremecer, o frio da chuva que ricocheteava no chão da varanda e molhava minha pele era vivo, úmido e tão real que me tirava o ar a cada uma daquelas gotas borbulhantes.
Tudo me encantava e inebriava. A luz estonteante dos relâmpagos, a água barrenta que vinha descendo do alto do moro e passava pela frente da minha casa, e até mesmo a mosca errante que ficou parada à parede por mais de cinco minutos esperando a chuva passar.
O bucolismo dessa cena me fez pensar em como ando cada vez mais entregue aos adiantos tecnológicos, perdendo tardes à frente do computador, ou como já não durmo, dirijo ou tomo banho se não houver música, e como tenho preguiça de escrever quando posso usar o gravador de voz.
Isso me tomou um pouco do ar, pensei em como tudo me emburrece, cega, tira o prazer de simplesmente olhar a chuva, sentir suas gotas, usar um bloco de papel e caneta... Foi então que comecei a refletir e ver como minha geração e as próximas a ela já não sabem aproveitar esses pequenos prazeres.
Tentei então me lembrar do meu último banho de chuva. Mesmo fazendo esforço não consegui me lembrar de quanto tempo tem isso. Senti uma súbita vontade de por os pés na lama, deixar a água cair lentamente molhando cada centímetro da minha alma, molhar o cabelo, ensopar a roupa. Mas puxa! Aquilo daria muito trabalho... Secar tudo aquilo depois, ou toda a função para por biquíni, pegar toalha e não fazer bagunça acabou tirando a graça da brincadeira que nem havia começado.
Hoje já não se toma banho de chuva. É muito trabalhoso! Mais fácil é ficar sentada, em frente ao computador, estudando, trabalhando, escrevendo, ou vendo a vida passar.
Ainda bem que hoje choveu. Ainda bem que desliguei o computador. Não tomei banho de chuva, mas senti a minha alma lavada, só por essa troca de energia entre mim e a chuva.
Como poucas coisas nessa vida combinam tanto quando chuva, chá e literatura, vou aproveitar que não devo ligar o computador nem tão cedo, fazer um chá e me aninhar de pijama na minha cama para ler um pouco. É melhor correr antes que a chuva acabe e tome toda a poesia desse momento.
Era uma chuva grossa, forte, clara, cheia de raios, trovões e energia. Tinha tudo para fazer a luz cair, queimar os eletrônicos e dar uma tremenda dor de cabeça.
Decidi mudar o foco. Desliguei o computador, todas as luzes e tomadas da casa. Sentei-me na varanda com algumas canetas e um pouco de papel.
Pensei em pegar o iPod, mas achei que para entrar no clima era melhor evitar qualquer interferência externa, e ter um encontro meu com a chuva.
O som dos trovões era tão forte que me fazia estremecer, o frio da chuva que ricocheteava no chão da varanda e molhava minha pele era vivo, úmido e tão real que me tirava o ar a cada uma daquelas gotas borbulhantes.
Tudo me encantava e inebriava. A luz estonteante dos relâmpagos, a água barrenta que vinha descendo do alto do moro e passava pela frente da minha casa, e até mesmo a mosca errante que ficou parada à parede por mais de cinco minutos esperando a chuva passar.
O bucolismo dessa cena me fez pensar em como ando cada vez mais entregue aos adiantos tecnológicos, perdendo tardes à frente do computador, ou como já não durmo, dirijo ou tomo banho se não houver música, e como tenho preguiça de escrever quando posso usar o gravador de voz.
Isso me tomou um pouco do ar, pensei em como tudo me emburrece, cega, tira o prazer de simplesmente olhar a chuva, sentir suas gotas, usar um bloco de papel e caneta... Foi então que comecei a refletir e ver como minha geração e as próximas a ela já não sabem aproveitar esses pequenos prazeres.
Tentei então me lembrar do meu último banho de chuva. Mesmo fazendo esforço não consegui me lembrar de quanto tempo tem isso. Senti uma súbita vontade de por os pés na lama, deixar a água cair lentamente molhando cada centímetro da minha alma, molhar o cabelo, ensopar a roupa. Mas puxa! Aquilo daria muito trabalho... Secar tudo aquilo depois, ou toda a função para por biquíni, pegar toalha e não fazer bagunça acabou tirando a graça da brincadeira que nem havia começado.
Hoje já não se toma banho de chuva. É muito trabalhoso! Mais fácil é ficar sentada, em frente ao computador, estudando, trabalhando, escrevendo, ou vendo a vida passar.
Ainda bem que hoje choveu. Ainda bem que desliguei o computador. Não tomei banho de chuva, mas senti a minha alma lavada, só por essa troca de energia entre mim e a chuva.
Como poucas coisas nessa vida combinam tanto quando chuva, chá e literatura, vou aproveitar que não devo ligar o computador nem tão cedo, fazer um chá e me aninhar de pijama na minha cama para ler um pouco. É melhor correr antes que a chuva acabe e tome toda a poesia desse momento.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Before I Die...
Como diria Sheryl Crow - All I wanna do is have a little fun before I die!
Penso sempre na força que tem a forma como a gente canaliza nossos sonhos, desejos, anseios, etc.
Acho que a grande conclusão nisso tudo é que quando se busca uma coisa como caminho e não como objetivo, a gente passa a crescer naquilo. Quero a felicidade no caminho, ter um pouco de diversão até chegar lá. Conhecer lugares, pessoas, gostos, cores, sons, beijos, sonhos... Fazer disso o caminho para uma vida boa, tranquila, proveitosa, harmônica...
O objetivo é ter sucesso. Sucesso no sentido de conseguir fazer bons amigos, estar com pessoas inteligentes e interessantes, ter uma trabalho que me satisfaça pessoalmente, conhecer lugares e culturas novas, etc.
Isso tudo é que eu quero fazer antes de morrer, e no caminho ter um pouco de diversão...
Penso sempre na força que tem a forma como a gente canaliza nossos sonhos, desejos, anseios, etc.
Acho que a grande conclusão nisso tudo é que quando se busca uma coisa como caminho e não como objetivo, a gente passa a crescer naquilo. Quero a felicidade no caminho, ter um pouco de diversão até chegar lá. Conhecer lugares, pessoas, gostos, cores, sons, beijos, sonhos... Fazer disso o caminho para uma vida boa, tranquila, proveitosa, harmônica...
O objetivo é ter sucesso. Sucesso no sentido de conseguir fazer bons amigos, estar com pessoas inteligentes e interessantes, ter uma trabalho que me satisfaça pessoalmente, conhecer lugares e culturas novas, etc.
Isso tudo é que eu quero fazer antes de morrer, e no caminho ter um pouco de diversão...
Preguiça.
Ela anda preguiçosa das letras, das conversas, das canetas, das vodkas e até dos violões. Aqueles dias tão intensos consumiram um pouco da criatividade.
É preciso ler para ver se aquilo decide revisitar seu quarto, sua cama, seu closet. É preciso pegar o papel e namorá-lo, horas, dias, anos; até que algo fique pronto.
Mas a preguiça não permite.
Ela costumava chamar ócio, vazio, ou então dizia que estava oca.
Parafraseando Penélope Cruz como Maria Elena - Chronic dissatisfaction, that's what you have. Chronic dissatisfaction. Big sickness. Big sickness. - Será que essa fase está voltando?
Ela havia passado um ano tão bom desde a última insatisfação crônica que culminou no chute no balde histórico e na grande retomada.
Agora é hora de repensar se é isso que deseja para a vida.
Por via das dúvidas, melhor ouvir um pouco de Dido - Dido sempre me entende!
- Ela é sempre brilhante.
É preciso ler para ver se aquilo decide revisitar seu quarto, sua cama, seu closet. É preciso pegar o papel e namorá-lo, horas, dias, anos; até que algo fique pronto.
Mas a preguiça não permite.
Ela costumava chamar ócio, vazio, ou então dizia que estava oca.
Parafraseando Penélope Cruz como Maria Elena - Chronic dissatisfaction, that's what you have. Chronic dissatisfaction. Big sickness. Big sickness. - Será que essa fase está voltando?
Ela havia passado um ano tão bom desde a última insatisfação crônica que culminou no chute no balde histórico e na grande retomada.
Agora é hora de repensar se é isso que deseja para a vida.
Por via das dúvidas, melhor ouvir um pouco de Dido - Dido sempre me entende!
"Two weeks away feels like the whole world should've changed
But I'm home now
And things still look the same
I think I'll leave it till tomorrow to unpack
Try to forget for one more night
That I'm back in my flat on the road
Where the cars never stop going through the night
To real life where I can't watch sunset
I don't have time
I don't have time"
(Sand In My Shoes - Dido Armstrong)
- Ela é sempre brilhante.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Tempo
Como passa rápido o tempo para ela.
O tempo de uma paixão avassaladora é o tempo do novo esmalte, da música atual ou do prazer do cheiro de xampú.
O tempo de uma paixão avassaladora é o tempo do novo esmalte, da música atual ou do prazer do cheiro de xampú.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Sono
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Nove horas. Restaurante.
Amiga. Risada.
Temaki. Caipvodka de kiwi.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Meia-noite. Rodoviária.
Companhia. Carro.
Vidro. Música. Juliana.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Uma da manhã. TV.
Filme. Renée Zellweger.
Maryl Streep. Drama. Choro.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Três da madrugada. Cama.
Cama. Cama. Cama.
Sono? Cama. Cama.
Nove horas. Restaurante.
Amiga. Risada.
Temaki. Caipvodka de kiwi.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Meia-noite. Rodoviária.
Companhia. Carro.
Vidro. Música. Juliana.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Uma da manhã. TV.
Filme. Renée Zellweger.
Maryl Streep. Drama. Choro.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.
Três da madrugada. Cama.
Cama. Cama. Cama.
Sono? Cama. Cama.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Mal dormida.
A noite foi difícil. Fazia muito frio no quarto. Levantar para desligar o ar condicionado definitivamente não estava nos planos. Rolava, rolava, apertava o edredon contra o corpo.
Sonhou coisas inimagináveis, pensou em pessoas distantes, se colocou em situações impossíveis.
Acordou às 11 da manhã! Também, pudera, só conseguiu pegar no sono quase às 3...
Sonhou coisas inimagináveis, pensou em pessoas distantes, se colocou em situações impossíveis.
Acordou às 11 da manhã! Também, pudera, só conseguiu pegar no sono quase às 3...
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Unpredictable.
Queria sempre que tivessem dois adjetivos que a ela remetessem. O primeiro era amorosa; O segundo imprevisível.
***
Eu não tenho pressa. Eu tenho ÂNSIA!
***
Era noite. A claridade do poste entrava pela janela, não podia ver a lua, que àquela hora estava bem no alto, sobre a casa. Enquanto no rádio ouvia Dido, a luz de leitura estava acesa.
Sentada na cama, recostada em quatro travesseiros grossos, sob o edredom, lia.
Fechou o livro de um sobressalto, pegou o caderno vermelho que fica na mesa de noite e a caneta preta de ponta grossa que não gosta. Escreveu.
'Quero para a minha vida alguém que me surpreenda. E que isso valha menos apenas que o amor que me dedicar'.
Ao lado desenhou um coração, em seguida uma flor e outra mais. Rabiscou as bordas do papel, encheu de estrelas seus sonhos.
Não conseguia ir além daquelas duas frases. Talvez de fato elas fossem suficientes para definir o que sentia naquele momento.
Fechou o caderno, deitou de lado abraçando os travesseiros e pensou em como queria dormir acompanhada. Pensou em sexo. Sentou-se novamente. Abriu uma vez mais o caderno. Escreveu seu nome, no centro de uma página em branco.
Adormecida começou a escrever outros tantos ao lado do seu. Nenhum deles de fato combinava. No sonho acabava só.
Despertou sem fôlego decidida a não pensar mais no amor.
***
Eu não tenho pressa. Eu tenho ÂNSIA!
***
Era noite. A claridade do poste entrava pela janela, não podia ver a lua, que àquela hora estava bem no alto, sobre a casa. Enquanto no rádio ouvia Dido, a luz de leitura estava acesa.
Sentada na cama, recostada em quatro travesseiros grossos, sob o edredom, lia.
Fechou o livro de um sobressalto, pegou o caderno vermelho que fica na mesa de noite e a caneta preta de ponta grossa que não gosta. Escreveu.
'Quero para a minha vida alguém que me surpreenda. E que isso valha menos apenas que o amor que me dedicar'.
Ao lado desenhou um coração, em seguida uma flor e outra mais. Rabiscou as bordas do papel, encheu de estrelas seus sonhos.
Não conseguia ir além daquelas duas frases. Talvez de fato elas fossem suficientes para definir o que sentia naquele momento.
Fechou o caderno, deitou de lado abraçando os travesseiros e pensou em como queria dormir acompanhada. Pensou em sexo. Sentou-se novamente. Abriu uma vez mais o caderno. Escreveu seu nome, no centro de uma página em branco.
Adormecida começou a escrever outros tantos ao lado do seu. Nenhum deles de fato combinava. No sonho acabava só.
Despertou sem fôlego decidida a não pensar mais no amor.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Trocando Beijos
Beijinho de esquimó.
Beijo na bochecha.
Beijinho de borboleta.
Selinho.
Beijo na testa.
Beijo com mordida.
Beijo de namorado.
Beijo apaixonado.
Beijo no olho.
Estalinho.
Beijo de novela.
Beijo de cinema.
Beijo roubado.
***
Ela beija todo mundo só pra ensinar a quem cruzar seu caminho que amor é sempre mais importante que qualquer outro sentimento. Beijar não a prende a ninguém. Beijamos quando queremos bem; ao outro, e às vezes, só a nós mesmos.
Beijo na bochecha.
Beijinho de borboleta.
Selinho.
Beijo na testa.
Beijo com mordida.
Beijo de namorado.
Beijo apaixonado.
Beijo no olho.
Estalinho.
Beijo de novela.
Beijo de cinema.
Beijo roubado.
***
Ela beija todo mundo só pra ensinar a quem cruzar seu caminho que amor é sempre mais importante que qualquer outro sentimento. Beijar não a prende a ninguém. Beijamos quando queremos bem; ao outro, e às vezes, só a nós mesmos.
domingo, 4 de outubro de 2009
Domingo
Belo dia para fazer nada! Fazer nada na cama, fazer nada comendo pão doce, fazer nada lendo o jornal, fazer nada conversando com quem tá do outro lado do mundo, fazer nada vendo filme com os pais, fazer nada cozinhando, fazer nada tomando um drink, fazer nada comendo um churrasco, fazer nada com as melhores amigas, fazer nada lendo Márai, fazer nada ouvindo Dido, fazer nada programando a festa de aniversário, fazer nada comendo escondidinho, fazer nada dando risada, fazer nada lendo blogues alheios, fazer nada ligando pros amigos, fazer nada tomando banho quente, fazer nada olhando a lua cheia, fazer nada de roupão no sofá com um pote de sorvete, fazer nada na cama...
Todo Mundo Espera Alguma Coisa
Sábado a noite é sempre a mesma ladainha - Não vou sair, não tô afim - ela diz.
Os amigos começam a ligar; sempre os mesmos amigos, cada vez com mais agregados.
- Que vamos fazer?
- Não sei. Melhor vir pra cá. Aqui a gente decide.
A velha toalha de melancia. O Baralho. CINQUENTA REAIS. - Já disse que foi caro! Não põe a mão de gordura nele, por favor. - As cervejas, as vodkas, as risadas, as músicas.
Os copos sujos se empilham na cozinha. - Cada um que lave o seu! Vocês sabem que estão em casa! - Todo mundo quer escolher o som. Melhor deixar o iPod no shuffle. Assim não dá confusão.
Quem disse que queria sair chega bonito, de roupa nova, maquiagem no rosto. Ela decide se empiriquitar. Entra num banho quente, se enfia num roupão, corre para o quarto e grita "Me ajuda a escolher o que vestir!". Todo sábado é a mesma história...
Se arruma, se enfeita e faz a maquiagem que todas as amigas adoram.
Quando vê, descobre que mais uma vez não vão mesmo sair. A noite é ali.
No final das contas ficam os resultados da vodka e o violão. Tudo vira uma grande festa.
Não existe lugar no mundo melhor que a casa da gente...
Os amigos começam a ligar; sempre os mesmos amigos, cada vez com mais agregados.
- Que vamos fazer?
- Não sei. Melhor vir pra cá. Aqui a gente decide.
A velha toalha de melancia. O Baralho. CINQUENTA REAIS. - Já disse que foi caro! Não põe a mão de gordura nele, por favor. - As cervejas, as vodkas, as risadas, as músicas.
Os copos sujos se empilham na cozinha. - Cada um que lave o seu! Vocês sabem que estão em casa! - Todo mundo quer escolher o som. Melhor deixar o iPod no shuffle. Assim não dá confusão.
Quem disse que queria sair chega bonito, de roupa nova, maquiagem no rosto. Ela decide se empiriquitar. Entra num banho quente, se enfia num roupão, corre para o quarto e grita "Me ajuda a escolher o que vestir!". Todo sábado é a mesma história...
Se arruma, se enfeita e faz a maquiagem que todas as amigas adoram.
Quando vê, descobre que mais uma vez não vão mesmo sair. A noite é ali.
No final das contas ficam os resultados da vodka e o violão. Tudo vira uma grande festa.
Não existe lugar no mundo melhor que a casa da gente...
sábado, 3 de outubro de 2009
Cotidiano
Enquanto Paulinho da Viola canta 'Coração Leviano' no rádio, o ventilador de teto range. E venta! - Maldição de vento! - Ela detesta vento quase tanto quanto detesta pombos.
- Pombos são como ratos. Piores! Eles têm asas. - Pensou.
***
A mãe se maquiava no espelho. Era um daqueles espelhos que aumentam; refletiam seus olhos verdes. Lindos olhos verdes! Tão linda era toda ela. E mãe tem jeito de mãe, e cheiro de mãe, e sorriso de mãe, e colo de mãe.
***
Irmão mais novo sempre leva a culpa. Se a chave some, a culpa é dele. Se algo quebra, a culpa é dele. Se a Coca-Cola foi aberta no almoço segunda-feira, a culpa é sempre dele!
Coitado! Se soubessem que a Coca é sempre obra minha, e que a chave que está sumida há mais de uma semana está no fundo da minha bolsa, e que...
***
- Papai é meu herói! Acorda quatro da manhã; por preocupação, por cautela, por amor, por familia. - Papai é um grande homem.
- Pombos são como ratos. Piores! Eles têm asas. - Pensou.
***
A mãe se maquiava no espelho. Era um daqueles espelhos que aumentam; refletiam seus olhos verdes. Lindos olhos verdes! Tão linda era toda ela. E mãe tem jeito de mãe, e cheiro de mãe, e sorriso de mãe, e colo de mãe.
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Irmão mais novo sempre leva a culpa. Se a chave some, a culpa é dele. Se algo quebra, a culpa é dele. Se a Coca-Cola foi aberta no almoço segunda-feira, a culpa é sempre dele!
Coitado! Se soubessem que a Coca é sempre obra minha, e que a chave que está sumida há mais de uma semana está no fundo da minha bolsa, e que...
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- Papai é meu herói! Acorda quatro da manhã; por preocupação, por cautela, por amor, por familia. - Papai é um grande homem.
Manhã de Sábado
Naquela manhã de sábado ela acordou com o telefone tocando. Ele ligou para dar bom dia e dizer que a lua estava mesmo linda na noite anterior. Puta que pariu! Era manhã de sábado - quem liga na manhã de sábado?
Ela já acordou de mau humor. Desligou o som, porque não ouvia o telefone. Desligou o telefone, porque queria continuar a ouvir o som. Não teve forças para ligar novamente o aparelho. Tentou dormir de novo. Não conseguiu.
O sol entrava pela fresta. No laranja da cortina o sol se desfazia em milhares de raios borbulhantes que dançavam ao ritmo da Janis Joplin que tocava ao longe.
Juntou todas as forças, olhou a hora no telefone. Não eram nem dez e meia. Dez e meia! Sábado! Ahh não! Ainda assim era melhor levantar. Iria rolar na cama até quando? O sono já tinha ido, na mesma velocidade que a falta de paciência vinha chegando.
Tomou seu remédio, jogou o edredon no chão, procurou os três travesseiros e o roupão, gritou - Flor, pode arrumar aqui se quiser. Já perdi o sono! - e levantou-se, num passo lento, caminhando até o banheiro.
Era linda a imagem que via no espelho. Seu corpo nu, o roupão jogado por cima, os cabelos emaranhados como um ninho de mafagafo, a maquiagem negra escorria pela face, as olheiras iam até as bochechas. E ela, sinceramente, se achava linda, como há muito não se via.
Lavou o rosto, escovou os dentes, penteou-se. Procurou uma roupa qualquer no closet, colocou só a parte de cima de um pijama colorido. Os pés estavam descalços...
Ela já acordou de mau humor. Desligou o som, porque não ouvia o telefone. Desligou o telefone, porque queria continuar a ouvir o som. Não teve forças para ligar novamente o aparelho. Tentou dormir de novo. Não conseguiu.
O sol entrava pela fresta. No laranja da cortina o sol se desfazia em milhares de raios borbulhantes que dançavam ao ritmo da Janis Joplin que tocava ao longe.
Juntou todas as forças, olhou a hora no telefone. Não eram nem dez e meia. Dez e meia! Sábado! Ahh não! Ainda assim era melhor levantar. Iria rolar na cama até quando? O sono já tinha ido, na mesma velocidade que a falta de paciência vinha chegando.
Tomou seu remédio, jogou o edredon no chão, procurou os três travesseiros e o roupão, gritou - Flor, pode arrumar aqui se quiser. Já perdi o sono! - e levantou-se, num passo lento, caminhando até o banheiro.
Era linda a imagem que via no espelho. Seu corpo nu, o roupão jogado por cima, os cabelos emaranhados como um ninho de mafagafo, a maquiagem negra escorria pela face, as olheiras iam até as bochechas. E ela, sinceramente, se achava linda, como há muito não se via.
Lavou o rosto, escovou os dentes, penteou-se. Procurou uma roupa qualquer no closet, colocou só a parte de cima de um pijama colorido. Os pés estavam descalços...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Sem final.
Das coisas que eu gosto na vida, amar é sem dúvida a que mais toma o meu tempo. Amo vinte e quatro horas por dia. Amo tanto, e com tanta força, que alguns pobres de espírito duvidam do meu amor! Ah... Coitados destes!
Hoje estou amando as unhas sem fazer como jamais pensei ser possível.
Hoje estou amando as unhas sem fazer como jamais pensei ser possível.
Branco e Preto
Ela estava "zapeando" por uns blogs. Descobriu o dele. Por que ela nunca reparou nele? Ele é tão bonito. Bonito mesmo. Nem meio bonito, nem só charmoso. Bonito! Um gato. Mas ela nunca reparou nele. Pudera, ele tampouco reparou nela.
Ele é mais que bonito. Escreve tão bem, e tem um jeito que ela ama de fazer literatura. Nossa! Como ele é bonito, desconcertante!
Já está ela apaixonada mais uma vez. Começou a ladainha - casa, marido, filhos - de sempre. A imaginação voa longe, veloz.
Nossa! Como ele é brilhante. Ela quer dizer isso para ele. Está apaixonada! Brilhante, brilhante! "Você é brilhante!" E o que ele diria? Ele não diria nada. O que haveria ele de responder? "E você é...?". Pobre, já pensando nas xícaras de chá e nos cigarros e na europa e nos livros e no apartamento decorado com fotografias.
Já fez até mesmo uma fotografia dos dois juntos. Ele mesmo fez a foto, os dois sorriam, era branca e preta, os sorrisos eram brancos, a barba dele preta. Quanto amor naquela fotografia!
E os cigarros que ela nunca fumou, os cigarros que o acompanham. Ela queria até mesmo os cigarros.
E queria ainda mais os jantares... Aqueles que ele precisava de companhia, e que ela precisava de comida. Precisava alimentar alma, corpo e coração.
Mais um amor platônico, atônito. Esse amor não combinava com aquela tarde solar. Ela precisava logo de frio, olheiras, batom vermelho e literatura barata, para que combinasse com aquele amor.
Precisava de unhas pretas, descascadas nas pontas, de cabelos molhados e unhas pretas. Precisava dele.
Ele é mais que bonito. Escreve tão bem, e tem um jeito que ela ama de fazer literatura. Nossa! Como ele é bonito, desconcertante!
Já está ela apaixonada mais uma vez. Começou a ladainha - casa, marido, filhos - de sempre. A imaginação voa longe, veloz.
Nossa! Como ele é brilhante. Ela quer dizer isso para ele. Está apaixonada! Brilhante, brilhante! "Você é brilhante!" E o que ele diria? Ele não diria nada. O que haveria ele de responder? "E você é...?". Pobre, já pensando nas xícaras de chá e nos cigarros e na europa e nos livros e no apartamento decorado com fotografias.
Já fez até mesmo uma fotografia dos dois juntos. Ele mesmo fez a foto, os dois sorriam, era branca e preta, os sorrisos eram brancos, a barba dele preta. Quanto amor naquela fotografia!
E os cigarros que ela nunca fumou, os cigarros que o acompanham. Ela queria até mesmo os cigarros.
E queria ainda mais os jantares... Aqueles que ele precisava de companhia, e que ela precisava de comida. Precisava alimentar alma, corpo e coração.
Mais um amor platônico, atônito. Esse amor não combinava com aquela tarde solar. Ela precisava logo de frio, olheiras, batom vermelho e literatura barata, para que combinasse com aquele amor.
Precisava de unhas pretas, descascadas nas pontas, de cabelos molhados e unhas pretas. Precisava dele.
Sol!
Eu falo, eu digo... É tudo culpa do sol!
Eu agora olhei para a janela e entendi porque essa alegria súbita, essa necessidade de criar, essa rapidez de pensamento. É o dia lindo que faz hoje, a luz que emana da vida!
Eu amoooo o frio! Acho tão poético, tão vermelho, tão vulgar, tão sujo, tão gostoso! Mas ainda assim, me deixa torpe, me deixa oca. Talvez seja toda a poesia do frio... É aquela coisa de que 'quando estamos bem não sabemos criar'.
Bela vida que vejo hoje, luz nos olhos de alguém. Um belo dia para me apaixonar!
Eu agora olhei para a janela e entendi porque essa alegria súbita, essa necessidade de criar, essa rapidez de pensamento. É o dia lindo que faz hoje, a luz que emana da vida!
Eu amoooo o frio! Acho tão poético, tão vermelho, tão vulgar, tão sujo, tão gostoso! Mas ainda assim, me deixa torpe, me deixa oca. Talvez seja toda a poesia do frio... É aquela coisa de que 'quando estamos bem não sabemos criar'.
Bela vida que vejo hoje, luz nos olhos de alguém. Um belo dia para me apaixonar!
Inspiração.
Não sei que bicho foi esse que me mordeu, mas hoje acordei jornalista. Haja empolgação! Hahaha! Lá vem... Queridos editores, hoje é o dia de me pedir "aquela" matéria corrida...
Delícia! Vou escrever!
Beijos, queijos.
Delícia! Vou escrever!
Beijos, queijos.
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