sim, eu sei.
não posto há quase um ano e ai do nada venho aqui em pleno agosto tentar recuperar o tempo perdido.
tem disso esse blog. rompantes.
é que tem hora que é aqui, tem hora que é na caneta. esse notebook novo é uma delícia. eu amo as teclas, amo o peso, amo como meu dedo desliza sobre ele.
e ontem escrevi pro site da ara um texto sobre key lime pie, e meu pai, e key west. e ai senti essa delicia que é vomitar coisas e sentimentos num teclado gostoso.
acho que esses muitos anos de macs - que por melhores que sejam tem sempre faltando esse toque dos dedos tão afetuoso - me fizeram esquecer essa sensação (eu odeio esquecer sensações, por isso escrevi sobre essa coisa do óculos também).
que bom que de todo modo eu precisei escrever aquilo, e me lembrei de escrever aqui e me deu essa vontade gostosa de voltar às palavras.
***
é tão interessante o quanto essas coisas de escrever marcam minha épocas, minhas experiências, minhas vivências e meus desejos.
eu já entendi, por a + b, que escrever é o meu primeiro ato de reencontro quando eu estou longe de mim; é também o primeiro ato de construção quando eu começo a sentir a necessidade de fazer coisas novas e criativas.
***
falando sobre coisas criativas então.
os últimos episódios de "ara creative ideas, uma agencia do barulho" tem andado cultivando um ambiente gostoso de criatividade, liberdade - e um certo excesso de sentir que eu preciso controlar. não no sentir, mas no externalizar.
anyway. esse ambiente tem, de uma certa maneira, me feito repensar nas minhas necessidades criativas e nos meus desejos de tirar mais coisas do papel - mais coisas minhas, mais coisas que são, de verdade e em essência, criativas.
eu ando buscando, muito, por algo assim. por algo leve, gostoso, com energia de criação, de fazer. por isso quero tanto fazer o LAB. por isso falo tanto com tanta gente, troco tanta ideia. e é tão disso que eu gosto. desse construir, desse trocar, desse aprender.
sinto que meu casamento me nutre demais de informações importantes, relevantes, construtivas. ser casada com alguém tão criativo e mágico quanto o dudu tem uma das maiores vantagens que eu pintaria numa relação feliz: aprendizado constante.
a gente troca tanto, sobre tudo - as vezes com mais calor que deveria, de minha parte? sem dúvida. mas eu não nasci filha do meu pai pra deixar o sangue esquentar e ficar fria. isso seria no mínimo muito estranho.
as trocas. no caso. sempre são gostosas, e mesmo eu sentindo que na hora eu não falo de volta tudo que eu to sentindo ou achando (porque eu preciso desse tempo para processar) eu ganho tanto que depois meu cérebrinho vai fazendo as sinapses. na hora certa, no lugar certo. a conversa que veio de lá surge de novo acolá. é numa reunião, num papo com alguém novo, num cliente potencial que pergunta o que eu acho de certa coisa. é impressionante o como todas as vezes que eu volto às nossas conversas eu sinto ele ali juntinho, vibrando comigo nas minhas conquistas.
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ontem eu me chateei porque eu disse que ele nao pira nas minhas piras comigo como eu piro nas dele. porque eu fui falar do LAB e ele jogou logo um banho de água fria. porque o timinig não deveria ser esse, blablablá.
me chateou muito. porque ele vem com as ideias mais mirabolantes sempre e eu sou sempre a primeira a pular de olho fechado pra no caminho entender. e ele sempre diz todos os nãos antes de pegar na minha mão pra ir junto.
isso me chateia de verdade.
mas eu sei que eu fui injusta quando eu disse que ele não me apoia. ele sempre me apoia. é que demora. não é aquele apoio ali na hora, SIM BORA VAMO. ele sempre precisa pensar e refletir. então primeiro ele diz não. mas é que cansa ele sempre dizer não. eu gosto de quem fala "bora vamo!". eu pedi pra ele pra gente ir pra disney esse fim de semana. primeiro ele disse não. depois ele disse: esse fds não da porque os meninos vão viajar e temos que cuidar de pastrami e lulinha. ok. justo. boa desculpa. eu aceitei, na hora. mas se ele tivesse dito: boa vamo. e depois, putz amor, lembrei que temos que ficar porque isso, isso e aquilo (...) - eu teria sem dúvida me sentido mais apoiada.
mas não é como se ele não me apoiasse. eu sei que ele me apoia mesmo, de verdade, em tudo que importa. algumas vezes até demais no que nem importa tanto assim, e ele fica lá, insistindo... hehe isso é tão o dudu, e é tão lindo isso nele. o jeito que ele acredita numas coisas que eu nem lembro mais que um dia eu acreditei.
enfim. coisas pra deixar registrado pra luisa do futuro: o quanto eu amo esse jeito dele de me fazer acreditar em coisas minhas que eu nem lembro mais que eu quero, ou gosto. esse jeito dele de me lembrar coisas boas de mim.
***
a gente tem dessas né? de esquecer de como se é bom em algo. ou como a gente pode ser fiel a gente mesmo, mesmo quando parece que vai ser impossível dessa vez.
eu acredito muito mais em mim. MUITO MAIS. eu sei hoje que eu posso qualquer coisa. mesmo.
sobretudo se eu escrever.
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