segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Enem.

Tenho tantas coisas armazenadas desses últimos dias. Passei um tempo afastada dos benditos teclados, e também das canetas e dos papéis. Andei evitando um pouco as letras... Ou pelo menos as minhas.
Isso talvez se devesse apenas a minha falta de tempo. Provas durante o final de semana, a correria da vinda ao Rio, a cabeça a mil por hora. Talvez seja reflexo do que ouvi de um amigo, que escrevo melhor quando espero.
Não esperei de propósito. Só juntei o útil com o agradável.
Andei fazendo as provas do Enem. Já disse isso, não estou repetindo gratuitamente. Já me explico. Foram dois dias de prova, sexta e sábado. Eu já conhecia o modelo da prova, mas não tinha me atido muito a ele... Sabia que seria grande e cansativo, e ainda assim não estava preocupada. Sabia que podia tirar de letra se fizesse a prova com calma, se tivesse cheia de uma energia boa, se me concentrasse em mim, e não focasse em quaisquer dos agentes externos.
Na noite anterior chovia, o que já era um excelente começo. Dormir com chuva relaxa, acalma, traz paz. A luz do meu quarto, vermelha, embora para muitos pareça excitante, para mim é bem mais instrospectiva que qualquer outra. Eu sou muito vermelha, acho que isso faz a sintonia. Para finalizar a música era a famosa nova Ane, e o edredon estava quente, verdadeiramente quente, como há muito não sentia. Estava com saudades do edredon quente. Parece que esquenta corpo e coração.
Quando eu acordei a mesma aura doce continuava rondando o quarto. Despertei leve, preguiçosa, feliz. Esperançosa de um novo dia, de crescimento. Um banho quente, uma roupa quente, uma roupa bonita, uma maquiagem bem feita, comida para o corpo e para a alma. Tudo que é necessário para o bem-estar e a auto-estima elevada estava feito. Faltava fazer uma grande nota.
A prova não foi das melhores que fiz no ano. Foi, certamente, a pior. Mas não foi ruim. Foi uma nota média, que só vou saber julgar boa ou não quando tiver niveis de comparação estatísticos. Até lá ficam as minhas impressões impacientes acerca da tarde que, mesmo tendo tudo para ser agradável, foi ansiosa, sufocante, pressionada. Parecia que alguém estava me impedindo de ler, de raciocinar. Parecia que meus pensamentos iam sendo consumidos a cada segundo, devorados. E que tudo se perdia...
Ainda assim era preciso recuperar as energias para um segundo dia de prova. E meus amigos são, no mundo, os únicos capazes de me fazer plena em momentos como esse. Jantamos, brindamos, rimos, dançamos. Fomos felizes naquela noite. Sabia que no dia seguinte o reflexo daquela cerveja que eu não estou acostumada a beber podia fazer algum mal, mas não era bem o que preocupava.
Dormi um pouco mais inquieta que na noite anterior, o edredon não estava tão quente, e no meio da noite alguém foi ao meu quarto e desligou minha música. Achei que não tinha sido um bom presságio. Eu acordei ainda mais preguiçosa. Tive medo de me sufocar na preguiça.
Fui fazer a prova, eu estava lenta, eu estava devagar. E eu nunca estou devagar! Mas fiz toda a prova bem devagar, fui a última a sair da sala, deixando até mesmo questões por fazer. Foi uma prova muito melhor, pelo menos internamente mais bem ejambrada. O resultado não foi tão melhor como previ. Acabei acertando mais ou menos o mesmo que na tarde anterior.
Engraçado. Porque eu queria que os resultados fosses diferentes, para que eu julgasse ser o clima, a energia, a ressaca, ou o que mais importasse, ser o verdadeiro culpado pela boa nota. Mas não pude fazê-lo. As notas foram iguais, e as energias totalmente opostas. Não gostei dessa coisa... Queria ter conseguido comparar. Como resultado só entendi que fiz uma nota mediana, porque a prova exige um nivel de conhecimento mediano, e um nível de paciência de Jó.

Nenhum comentário: