sexta-feira, 2 de outubro de 2020

a while, but not really

hoje é dia primeiro de outubro. ou dois. acho que dois.
isso, dois.

acabou de passar aqui do lado uma renca de crianças. eles devem ter un 5 anos em média.
todos de calça, casaquinho e galocha. com varas de pescar, tênis que piscam, e ume energia infinita.
me lembraram muito de mim e dos meus primos, quando a gente se juntava na fazenda para as férias de julho.

me lembraram de uma época e um lugar em que nada era problema.
pelo menos não pra gente.

lembrei daqueles adultos chatos que falam "aproveita agora pqe nunca mais vai ser bom assim".
eu virei aqueles adultos chatos.
chato mesmo é ser adulto.

as crianças que nos aguentem - a vida delas é boa demais (pelo menos das privilegiadas e cercadas de amor).


***


estamos em um parque nacional na divisa da georgia com a florida.
aqui maconha é ilegal, mas hoje eu já fumei dois baseados.

eu to de TPM, atolada de trabalho até o último fio de cabelo, cansada desse excesso de coisa que eu mesma me cobro o tempo todo.

vai fazer 14 graus essa noite.
comprei uma roupinha de frio pro pastrameco.
to louca pra vestir nele. vai ficar a coisa mais lindinha desse planeta.

mas é melhor esperar esfriar um pouco mais. ainda tá fresco. ele não tá com esse frio todo.


***


falta de assunto assola.

eu só vim escrever mesmo pqe dudu tá ali acabando de editar um vídeo que precisamos subir hoje.

eu passei a manhã toda trabalhando e me irritando com uma cliente. e ele esqueceu que tinha essa missão. depois ele dirigiu uma hora pra ir e outra pra voltar até a cidade mais perto. 
agora são 7 e meia. eu queria ter conseguido lavar o cabelo e outras tantas coisas.

eu ando cheia dos quereres só queridos.
toda hora uma coisa que eu queria e que não sai como eu pretendia.

um pouco de culpa minha por falta excessiva de planejamento.
um muito, talvez.
um tanto pelo dudu que tem os próprios quereres dele que volta e meia (ou, na verdade, quase que todo o tempo) são absolutamente diferentes dos meus.

já vem de um tempo que a gente tem se estranhado mais e mais nas pequenezas.
a gente concorda em tudo que é macro.
a gente quer as mesmas coisas da vida, mas a gente não concorda no dia-a-dia.
e isso é desgastante pra qualquer relação.
é cansativo.

faz a relação ficar bélica.

e isso sem contar os meus mood swings.
mas sem tirar dele a responsabilidade.

eu sei que eu não to fácil.
que eu tenho tido reações exageradas e que viro de um bom humor pra um péssimo de um minuto pro outro.

mas é que eu sinto às vezes - sempre - que ele gosta mesmo de testar a minha paciência.

seja porque ele dá valor pra as pequenezas erradas, ao meu ver, o que faz ele perder um tempo precioso e me deixa extremamente frustrada; seja pqe ele agora entrou numa de medir força e querer agir comigo como eu ajo com ele.

só que eu e ele somos diferentes. e ele agindo como eu só faz ele parecer bobo.
a coisa escorpiana.
só que eu não consigo levar a sério.
só consigo ter raiva.
pqe eu vejo que pra ele é um cabo de guerra.

'quem vai falar mais alto aqui sou eu', ele pensa.

só que o que me irrita não é o gritar, é a estupidez que me fez gritar e ai fez ele gritar de volta.

é o não entender da importância das coisas. é o não saber como resolver problemas simples de forma prática.

foda-se. eu que aprenda a lidar.
são 10 anos. já passou da hora de eu entender que ele é lerdo e que não tem jeito, que ele não vai fazer as coisas rápido e muito menos da maneira mais lógica e racional.

enfim. to só puta - de novo - com a lerdeza e maneira como ele age.
ta aqui me perguntando cade meu celular.
eu já respondi que tá la na frente. ele que procure.

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