segunda-feira, 4 de julho de 2011
Literatura de BBM.
Eu tinha a minha própria história. Eu e ele, e esse frio todo que faz hoje. Deitados, eu aninhada no colo dele, rindo em câmera lenta, e fazendo carinho em preto e branco. também tinha café. Mas só tinha pela beleza da caneca branca e do líquido preto, e, sobretudo, da fumaça.
E ai, vem ele dizer que na verdade a coisa tinha outra cara. Com licença, vou transcrever:
"Feita para ouvir hoje mesmo. Para ouvir on the porch. Com um café com leite e espingarda olhando pro horizonte. Sem beber o café. Só segurando a xícara perto da boca para aquecer com o calorzinho o nariz e a boca.
(...)
Earl Figgins, o nome do personagem.
Ele ta esperando o filho voltar. A espingardo é porque ele não sabe quem voltará, pois o filho saiu pra ser um homem.
E quando para a caminhonete, Earl se levanta. Como chove, não dá pra ver o que rola. Mas a caminhonete demora muito para fazer algum movimento. Ela só fica ali parada.
Tensaozinha. Até que o motor desliga. Nada. Carro continua ali. Earl imóvel. Chuva caindo.
A porta abre. Earl dá um passo a frente. Não da pra ver direito, mas a pessoa vem andando. Quem será o filho dele? Earl aponta a arma. O corpo anda, ensopado. Chega perto e se revela: É Earl. O próprio.
O Earl em casa nem titubeia. Engatilha e atira. Um no peito e outro na barriga. Ele anda até ele. Deita a cabeça no colo dele. Afaga os cabelos com carinho e da um beijo no rosto. Deixa o corpo ali e entra dentro da casa".
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