domingo, 18 de abril de 2010

Dear M.,

E sempre que a noite vier, sozinha, fria e vasta, e, junto com ela, a insônia visitar sua casa, seu quarto e sua cama, saiba que eu sempre vou estar do lado de cá dessa brincadeira, que eu nunca vou esquecer o seu telefone, seu nome e seu cheiro. Que dessa bagunça toda que a gente sempre foi, vai ficar sempre a paixão, sempre as eternas brigas, farpas e tentativas... Que de tudo isso sobrou ainda uma nesga de respeito, e que é dele que a gente tem que se valer para todo o sempre. Mesmo que acabe, mesmo que já tenha acabado, mesmo que eu esteja fora, que você tenha sempre estado fora, mesmo que mude... A gente não pode mais se desrespeitar. Não somos mais crianças. Eu e nem você somos crianças. E não vale a gente ficar a trocar pequenos ataques ao ego. Não vale essa imaturidade, essa molecagem. Nenhum dos dois merece, nenhum dos dois precisa. Não precisa dizer que o outro é ruim nisso, bom naquilo, maravilhoso naquilo outro e um fiasco em todo o resto. Se não fossemos bons o bastante, não teríamos sido aquilo tudo. Se não fossemos de verdade, não teria tirado tanto o sono, não teria dado tanta saudade.

Juro que era verdade tudo aquilo que falei sobre esquecer. Juro que quando eu falei que sou boa libriana e quando mudo de paixão esqueço a antiga, falei de coração. Mas, quer saber?! Você cada dia é um novo M. que eu crio, recrio e invento ao meu bel prazer. E é por esse que eu me reapaixono toda vez que a noite vem... É com esse que eu sonho, que nos meus sonhos faço amor, que nas minhas noites insones quero ligar.

Ainda é você. Mas agora é você de novo. Aquele antigo eu não quero... Não quero mais aquelas mágoas. Ok. Não é bem você quem eu quero... Só quero alguém que, como você, me dê liberdade de criar quantos de você eu quiser.

amor,
L.

Nenhum comentário: