segunda-feira, 24 de maio de 2021

ill write about that

ele disse algo.
e eu não sei o que foi porque eu ainda não abri.

porque no jogo do joguinho, quando eu escrevo eu ganho.

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e olha que eu nem parei para ler meu livro.
eu só cozinhei bem gostoso o café da manhã perfeito, curti meu momento comigo, resolvi meia dúzia de pepino.

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fui ler.
o carro quebrou.
era ele desmarcando comigo.

não sei bem como eu me sinto quanto a isso.

eu venho sentido sempre isso ultimamente, que a vida tem me dado "pares". para de correr, para de querer tudo pra agora, para de sofrer por coisas que você não controla, para e segura a onda.

***

eu quero e preciso fazer isso cada vez mais. 

calmar.

olhar pras coisas e apreciar o presente e viver nele e usar menos o celular e comer melhor e beber mais água.

***

eu disse pra ele. ouch. tomara que vc resolva logo. e não respondi a pergunta se eu vou estar free hoje a noite ou amanhã. eu disse pra ele me mandar msg quando estiver free. e ai eu penso se eu to afim de vê-lo ou não.

é engraçado pqe essa pessoa q eu nem conheço ainda e que eu nem achei nada de incrível, fascinante ou coisa assim tá me fazendo pensar sobre as minhas atitudes, de uma forma que interfere em pessoas que eu acho realmente incríveis e fascinantes.

devo?

a gente combinou. alguém tem que dizer bom dia. eu disse boa noite. eu não quero parecer desesperada. eu não to desesperada. eu só sou ansiosa. então tudo pra mim é gatilho de ansiedade e eu prefiro tirar os gatilhos da frente.

e nessa coisa de tirar os gatilhos da frente eu sempre vou lá e falo; sempre vou lá e opto por fazer logo o que eu quero fazer. foda-se as consequências.

mas será que agora foda-se mesmo as consequências?
será que eu realmente faço assim pqe é o que eu quero, ou pqe é o que a minha ansiedade manda?

pqe eu to curiosa? claro. quero saber tudo. desbravar tudo. descobrir tudo.
mas ai a gente volta lá pro livro que Eduarda me disse pra ler e que eu obviamente já não estou lendo.

tá vendo? pqe eu vou escrever, mostrar um interesse que eu nem tenho de verdade, deixar o outro se sentindo cool e poderoso, enquanto tudo que eu quero é me sentir bem, e eu vou me sentir bem só estando em casa, bem alimentada e com o tempo ocupado de uma maneira produtiva, gostosa e inteligente?

sério. escrever é o bicho. todo mundo devia escrever. eu devia escrever tudo que eu penso. pqe faz a gente ficar tão mais inteligente. é impressionante.

parece que agora vai

segunda-feira.

dia de recomeços.

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quinta-feira eu devia ter escrito. não parei tempo o suficiente para concluir o raciocínio. e o mesmo na sexta e o mesmo no sábado. ontem eu só não sai mesmo da cama. ontem foi o dia da preguiça total, o dia da moleza, o dia de vida mansa, o dia de chameguinho, cama, colinho, almoço, jantar, tv, pastraminho, familinha. ontem foi dia todinho de familinha. o tipo de dia que eu amo e não quero nunca viver sem.

***

o tipo de dia esquisito que me faz refletir sobre as diferenças entre as gerações da mamãe e a minha. pensar que ela com 32 era mãe de duas crianças, e ela já era mesmo uma adulta, responsável, com uma casa perfeita, arrumada a perfeição, filhos educados e legais. sei la. pensar nisso tudo me faz me sentir uma bosta perto dela. eu passei um domingo todo pelada na cama de ressaca. e ela nunca se permitiu tem um domingo off assim off total, pqe ela tinha muita coisa pra fazer com dois filhos e uma casa, e a necessidade de tudo estar sempre perfeito. 

mamãe é mulher maravilha. mas eu juro que não romantizo. eu não quero essa vida pra mim. eu to ok com o meu pace, eu to ok com a forma como eu faço as minhas coisas.

***

foi bom acordar cedo e tomar banho, lavar cabelo, depilar, perfumar, hidratar, e fazer esses patches pro olho. tenho sentido meus olhos muito inchados. tenho sentido de novo no olhar a necessidade do preenchimento. sinto que de tempos em tempos eu vou envelhecendo, todinha. e dessa vez são os olhos cansados da vida acelerada; da vida com alimentação ruim e pouco exercício.

tudo isso precisa de movimento. por isso que eu quero acabar aqui de escrever, e ai eu vou tomar um copão de água e me esticar um pouco aqui no tapete; enquanto espero o vizinho pra um café.

até lá água, stretch. água, água, água.

preciso me hidratar. e me alimentar de verdade, que nem ontem. parar com a besteirada.

a consciência versus a realidade

eu entendo que existe uma necessidade gigantesca em mim de escrever e organizar. mas eu entendo agora também (no terceiro dia de "tenho que escrever") que é difícil para mim escrever muitas vezes realmente pela falta de tempo.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

o combinado (comigo) não sai caro - dia #1

ou - sobre bebês ao meu redor;


erica acabou me mandar foto do barrigão e daqui a pouco minha xará tá chegando. lucas gavião furou a fila e brotou com um bebê antes de todo mundo. anna é uma super mãe - tão super que ela mesma se questiona e se cobra o tempo todo; de um jeito que eu absolutamente me identifico - e até mto por isso que eu acho que tomei essa "decisão" de não ser mãe.

que pode ser momentânea; que pode ser que, at some point, eu mude.


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de quando eu comecei a escrever esse post pra agora já aconteceram uma cento e cinquenta coisas. dudu acabou a terapia, voltou todo cheio de amor, mas ai eu tava no telefone com mike, depois a gente conversou e ele contou que a terapia foi toda sobre mim. coitado. o menino faz terapia pra lidar com as doideiras que eu causo na vida dele. tudo bem. eu também faço terapia pra lidar com o que ele causa em mim, no final das contas. 

ai bigu ligou, liandra ligou, fizemos tapioca de queijo com goiabada, e foi uma manhã muito gostosa.


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e dois dias depois eu ainda não consegui acabar de escrever. 

segue o baile.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

terapia esclarece.

e no episódio de hoje de escrever esclarece, uma revelação bombástica:

terapia esclarece que precisamos escrever diariamente para esclarecer, colocar limites, executar coisas e criar conexão com o nosso eu.

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terapia esclarece também que ter rotina é algo saudável, necessário e que organiza as ideias. além disso; é importante salientar que colocar limites (nos outros, mas sobretudo em você) é altamente prazeiroso quando você sempre viveu para o hedonismo e o imediato.

a compreensão da efemeridade do imediato em plena pandemia me soa contraditório; mas é assim que eu venho sendo desde os tempos mais primórdios. então; que se siga o baile.

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mas eu não sou quem eu fui desde os tempos mais primórdios. eu posso ser quem eu quiser ser agora. e quando eu encontro e reconheço isso, eu me fortaleço. eu me dou limites, para ser maior. para chegar a lugares que eu não quis chegar antes, mas que agora me interessam.

está oficialmente aberta a fase dos limites. 

quero me apaixonar? sempre. por tudo. mas estou muito na vibe de me perder de amores por mim. quero fazer por mim tudo que eu faria por quem eu me apaixono. tudo. tudo para mim. eu sou a minha estrela. eu me amo, eu me cuido, eu me vigio, eu me dou meus limites.

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como agora, que o dudu começou a ver a CPI la no quarto. fechei a porta, liguei o liniker outra vez, tirei o barulho da minha cabeça que estava me impedindo de pensar. meus limites. sem magoar ninguém; mas deixando claro até onde eu posso ir. 

e se magoar alguém, que não seja intencional. mas que seja consciente.

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eu quero fazer a imersão da mariah. eu gosto muito disso que ela fala que a gente romantiza a dor; a relação com a sofreguidão.

journaling

escrever. esse ato tão simples e quase natural. 

quase natural. porque as pequenezas me desconcentram. me levam para um outro lugar qualquer desagradável em que o foco vai parar numa besteira; como o fato de que por alguma razão inconcebível quando eu pulo uma linha eu já ganho logo um parágrafo.

eu sei que eu não respeito as regras todas de escrita. eu sei que eu aboli a letra maiúscula do início das palavras; que eu uso o ponto e vírgula de maneira absolutamente irresponsável; e que eu exagero no número de travessões no meio da frase.

nada faz sentido. até que liniker canta "barato total" assim, como quem nem quer nada. eu não queria mto mais que psiu e uma meia dúzia de poesia. e ai lá vai a criatura e me leva todinha pro papai.

e me levar pro papai tem me desconcentrado.

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mas tudo bem. tem muita coisa que anda me desconcertando ultimamente. principalmente, desde sexta passada, a falta do que fazer. depois daquela semana caótica, exagerada, exaustiva, alucinante, complexa e !! de sucesso, sexta foi dia de home office. ai dudu foi embora; e sábado foi dia de home cleaning; domingo foi dia de home nothing; assim como segunda e terça. e já se vão ai uma cabeçada de dias que eu venho me sentindo improdutiva e impaciente.

parece aquela ansiedade que bate quando eu misturo café com maconha. mas ainda nem tomei o primeiro gole do café, ou peguei o beck que eu apertei ontem a noite.

eu tenho andado ansiosa assim, porque tenho andado medrosa.

sinto medo de falhar; medo de não alcançar meus objetivos, medo da minha depressão, e medo das minhas dependências. medo desse meu desejo/necessidade de preencher todo o tempo com pessoas. queria ser mais auto suficiente. queria ser mais "vou la e vou sozinha". "vou comigo mesma". "vou e pronto". 

mas eu não faço; eu nunca faço. eu sempre espero alguém. espero alguém ir comigo, espero alguém me chamar.

mas ai é só eu escrever que eu alinho as ideias né. 

não toma muito mais de 5 minutos de conversa comigo mesma pra eu perceber o que tá faltando. já escrevi para luanna, que eu quero que seja minha próxima amiga.

e ai pode ser porque "calmô", ou pode ser só porque só de escrever e dar o primeiro passo eu já me sinto mais tranquila. menos dependente. menos trouxa.

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sobre ser trouxa em 2021.

eu sei de tudo; eu me conheço há uma caralhada de tempo. eu to insistindo em mato onde eu sei que não sai cachorro - ou cachorrada - porque meu espírito de adolescente me toma nessas horas de vazio.

semanas cheias. cabeça cheia. ocupada. sem espaço em branco para auto humilhações. haha até parece que não sou eu que faço isso com as pessoas.

não tem cabimento, luisa. não tem não.

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o que tem então cabimento?

tem cabimento o que todos nós já sabemos de cor e salteado: respiração, alongamento, comida de verdade, caminhadas, passeios com pastrami, trabalho com parcimônia, envolvimento com quem tá afim da gente, praia, sol, verão, amigos, guardar dinheiro, segurar a onda. 

mas no final das contas é tudo sobre essa minha necessidade insana de me sentir aprovada.

e pqe caralhos? não é como se eu tivesse sido a vida inteira criticada por absolutamente tudo que eu quis, queria, ou tentei fazer, não é mesmo? quer dizer... ops...

não. eu não sou a especialzona que fui criticada a vida toda. é uma coisa social. todo mundo foi. todo mundo é. é absolutamente impossível preencher todos os desejos de todas as pessoas durante todo o tempo; e quanto mais a gente tem a consciência disso melhor a gente fica com a gente mesmo. e no final das contas é com a gente mesmo que a gente tem que estar bem.

ontem a gabi gelli tava dizendo exatamente isso. nem se a gente disser sim para absolutamente tudo a gente vai agradar todas as pessoas. não existe nada que se possa fazer que não entender a nossa incapacidade de agradar de forma absoluta e entender o que de fato a gente quer pra gente.

e eu sei o que quero pra mim. quero dias de sol, caminhadas, letras, quero quem eu quero por perto -- e ai talvez esteja morando a confusão.

quem eu quero por perto? eu ainda sinto toda hora a falta de erick e henrique. toda hora erick e henrique vem à minha cabeça. toda hora eu penso no tanto que é insano não tê-los. pqe eu amo muito muito mesmo meus outros amigos aqui em miami. mas eu nunca me sinto tão à vontade com eles quanto eu me sentia com os meninos. nunca mais me senti em casa daquela forma; nunca mais me senti em família como daquela forma. 

e quando eu olho para trás e vejo tudo aquilo que me falta e que eu gostaria me confunde. estou vivendo de passado? não. não é mais sobre isso. eu já aceitei que isso é o que sobrou daquela relação. e eu encaro ela com o que ela tem de mais bonito. eu trago as memórias, eu trago os aprendizados e os afetos. eu deixo as dores de lado; esqueço toda aquela bagunça final que não cabe em nada em todo o resto da história. eu apaguei tudo aquilo do meu coração de maneira tal que não existem mais as dores. é como se eles tivessem morrido. não de uma forma trágica. é como se eles tivessem sido abduzidos por alienígenas. é como se eles tivessem sido dominados pela maldição imperius. eu encaro assim, e me ajuda. não faz sentido olhar pras dores.


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é que nem isso, de liniker tocar, e ir me lembrando das coisas. me levando pra viajar.

me levando para um lugar de auto controle maravilhoso. talvez seja isso; eu me esgote quando esgota.

mas talvez eu deva aprender a dar limites aos meus esgotamentos antes que eles me esgotem emocionalmente.

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tia Laura acabou de perguntar da baby rose. gatilho da ansiedade. eu sei que eu preciso resolver isso; eu não to tendo muito controle sobre isso, na verdade. eu deveria tomar uma atitude sobre isso.

tomei. 

busquei o site que faz entregas de coisas assim. me parece que vai custar um pouco mais de 2 mil dólares. que ótimo. é isso que eu quero. resolver. agora eu tenho dinheiro na minha conta; e assim eu fico segura que a minha van vem para as minhas mãos. mesmo que seja pra eu usar com meus amigos no verão. que eu coloque pra alugar. whatever.

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ainda sobre resoluções. apaguei do meu celular os gatilhos. todos os números e conversas que eu não me sinto apreciada como deveria. agora, se eu precisar precisar precisar, não tem como. azar o meu.

maturidade que chama.

self love, caralho.

eu hein.


domingo, 16 de maio de 2021

eu não conseguia setar o til.

sentada com pastrami no sofá.

meu sofá. todo descombinado das cadeiras que eu também ganhei.

todo descombinado da mesa que eu também ganhei e que preciso trocar o tampo.

todo descombinado com o tapete que eu (!) comprei.

sim. eu comprei um tapete. eu comprei algo para a minha casa para começar a construir a estética que me interessa para ela.

agora a minha casa começa a contar a história que eu quero que ela conte - ao invés de contar "essa é a casa com tudo que eu consegui acumular sem pagar um centavo".

e essa história que eu quero que ela conte é "eu sou uma casa linda, charmosa, pequena e bem localizada. casa de gente que vive, cozinha, ouve música, faz música, faz amor, se diverte, é feliz".

mesmo que essas pessoas não estejam agora fazendo isso juntas; eu estou fazendo isso. eu estou cuidando da minha casa e de mim e de pastrami e do meu corpo.

comendo minimamente melhor; me exercitando minimamente também.

mexendo o corpo, alongando os pedacinhos.

falando ao telefone, me divertindo com meus amigos.

***

agora eu vou à praia com a isa.

vou conhecer o marido dela, bater papo, tentar pegar um pouquinho de sol.

não tem muito sol.

esse verão tá bem chuvoso.

a vida tá bem chuvosa.

a vida tem sido um dia de verão em miami.

um calor infernal. uma chuva torrencial.