eu ia começar relendo meu post de fim de ano do ano passado. mas na hora que eu abri ele eu lembrei (pelo título e não pela minha impressionante memória, obvio) que eu estava na casa dos meninos no ano passado.
e ai isso de cara já me levou para diversos e loucos sentimentos.
lembrei da paz que foi estar lá no ano passado. ter uma casa casa, cheia de verde, de mato, de verdade. os dias leves. acho que foi a última vez (sem contar os primeiros meses de quarentena, onde tudo aconteceu sem o meu controle) que eu consegui de fato me desligar e estar presente.
lembro daquele sentimento de ver os dias passando devagar. dos becks na rede, das manhãs de café e conversas, com dudu e emilinha.
lembro de como gabriel estava presente na minha vida também. de como era gostoso sumir por umas horinhas para estar com ele. era leve, fácil, gostoso.
mas apesar de toda a delícia desse tempo, lembrar que eu estava lá me fez lembrar também de como era a vida quando eu era amiga de erick (e eu nem sei como eu me sinto em relação a henrique, nessa história toda, pq eu o amo profundamente, mas infelizmente a vida nos separou).
pensando bem eu também amo erick profundamente, aquele erick, que eu conheci quando ele chegou em miami e que se transformou na minha pessoa favorita para quase tudo na vida.
infelizmente aquele erick não existe mais. a pessoa que eu conheci se transformou numa pessoa que eu não conheço. e essa pessoa que eu não conheço não me ama mais. não sabe mais quem eu sou. se confundiu nas suas próprias loucuras, se perdeu na sua própria complexidade.
em algum momento (e não fui eu quem disse isso - pqe até outro dia eu me negava a acreditar - foi o tarot), ele passou a não desejar mais o meu sucesso. ele passou a viver a minha vida de forma tão intensa e absoluta que ele não conseguia mais se distanciar dos sentimentos de inveja, ciúmes, ou seja lá o que for.
aquela pessoa maravilhosa, que torcia por mim e queria me ver feliz, passou a me detestar, a me invejar, a achar que pra mim tudo vinha fácil e que caia do céu, que todo mundo era condescendente demais comigo, paciente demais comigo, que abria excessões demais pra mim - e isso fez ele não me suportar. a minha existência, a minha presença, era uma lembrança constante de tudo aquilo que ele não conseguia fazer - ser amado, ser aceito, ser acariciado.
ele se tornou alguém tão rígido na sua ética que ele esqueceu que existe uma vida real, fora dos livros, fora da cabeça. uma vida onde as pessoas trafegam, pagam contas, precisam trabalhar, se relacionar, sentir e viver.
coitado. eu sinto muito mesmo por ele.
sinto porque eu sei que no fundo tudo que ele queria era sentir-se amado, desejado, acariciado, querido.
mas por outro lado, me chateia muito pensar que eu sempre fui aquela pessoa que o amei, acariciei, e sempre o quis por perto, sem me importar com o nível da loucura.
quantas e quantas vezes eu ouvi das pessoas que ele me manipulava, que ele era "maluco demais", que essa ética que o move é irreal num mundo real onde as pessoas precisam sobreviver.
e quantas vezes eu neguei os meus amigos que tentavam me alertar?
assim como continuei negando, mesmo depois dele me apunhalar pelas costas - não uma, mas três vezes.
eu justifiquei tudo. sempre.
"ele fez pro bem do dudu"
"ele fez pro meu bem"
"ele fez pq ele não está bem"
mas a verdade - que todo mundo me disse e que o tarot finalmente me fez acreditar (embora eu esteja aqui pensando se eu de fato acredito ou se eu só quero dizer que acredito pqe eu preciso ser forte para suportar não tê-lo por perto) - é que já há muito tempo ele não me amava, ou me admirava.
e mais - ele desejava ter o que eu tinha.
***
enough desse assunto. eu precisava escrever para tentar tirar de mim, mas a verdade é que cada vez que eu volto a ele meu coração doi, se aperta, pqe eu penso na loucura que é a pessoa que eu mais confiava nesse mundo não me conhecer e não me amar como eu merecia.
tá ai. eu não tenho tudo que eu quero - meu melhor amigo não é sequer meu amigo.
e talvez não seja mesmo para me punir, pqe a raiva que ele sente da minha felicidade é tanta que ele me tirou uma das coisas mais caras que existia nesse mundo para mim só para me castigar.
***
quando eu penso em "pqe eu mereço ser castigada" eu não consigo encontrar os motivos.
talvez eu seja muito auto centrada, e na minha narrativa eu to sempre sempre sempre abrindo mão de mim pelos outros, mas sempre sempre sempre também correndo atrás do que eu quero, se isso não magoar quem eu amo.
de todo modo, quero realmente mudar de assunto. quero falar de 2020, o ano mais louco das nossas vidas.
por causa da boca grande do bonito supracitado meu casamento quase foi para as cucuias, mas como esse homi que divide a vida comigo é a pessoa mais especial do planeta todo, a gente se organizou e encontrou um lugar de paz e amor pra gente - e é desse lugar que estamos falando agora. e é desse jeito que estamos acabando o ano. nos amando ainda mais que ontem.
não foi fácil. foram muitas experiências insanas, loucas, histórias que eu talvez nem consiga contar em tantos detalhes, tamanho o número de detalhes.
esse ano eu amei, me apaixonei, conheci gente maravilhosa que eu quero que esteja na minha vida pra sempre, fiz amigos que levarei comigo por onde eu passar, me aproximei de pessoas que quero estar pra sempre bem juntinho.
esse foi um ano que - apesar da loucura do corona virus - eu vivi de maneira potente, intensa, forte e verdadeira.
eu senti tudo até o último fio de cabelo.
se eu começar a listar essas pessoas aqui eu talvez esqueça de alguém. e não queria cair nessa besteira. mas a verdade é que quando eu olho ao redor eu só posso agradecer.
desss novas pessoas que eu vou levar pra sempre agradeço por fred e keyla, marcelo e carol, rodrigo, mike, mafe (nossa, parece que mafe ta na minha vida desde sempre!), scott e kim, em & clay, kiara & patriquinho da cuíca, lance... ai caceta. tem muito mais gente incrível, mas esses foram os que eu vivi de forma mais intensa e próxima.
e eu preciso ser devidamente grata também aos ciclos fechados. não só o do erick, e os de trabalho que não me satisfaziam, e de uma vida na cidade que naquele momento não estava me cabendo, mas sobretudo da minha relação zero saudável com rafael.
essa sanha que passou. essa angústia horrorosa que aquela relação louca me causava e me fazia sentir.
isso sem contar na gratidão que sinto por tudo que conheci e aprendi. por tudo que eu vivi e que foi absolutamente delicioso e inesperado.
por ter conhecido lugares tão incríveis e mágicos que eu sou incapaz de dizer. o tugaloo, o colorado, o utah, joshua tree, a baja california...
nossa, quando eu olho para trás e eu vejo o quanto aquela menina fumando um na rede há um ano atrás aprendeu, o quanto ela viveu, eu quase esqueço quão caro foi viver tudo isso. quão dolorido foi crescer, quão sofrido foi sentir aquilo tudo.
e eu sou muito muito muito muito grata àquela menina, que sempre tão cheia de sonhos consegue tirar do papel as ideias mais malucas. e também ao menino maluco que pula (não de cabeça, eu sei. mas molhando os pézinhos na beira da piscina antes) nas minhas maluquices. esse menino é meu melhor amigo, meu parceiro de vida, minha pessoa favorita no mundo todo. meu confidente, que me faz feliz, confiante, segura e pronta para encarar tudo que vem.
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agora sinto que é hora de reler o que eu escrevi no ano passo (quem sabe também nos anos passados!).
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CTRL+C CTRL+V
planos para 2020
ter uma van :)
viajar o país
estar mais conectada comigo, com meu eu, meu corpo, meu sexo, meu tempo.
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hahaha. acho que eu consegui, huh?
se isso não é ter sucesso, me diga aí - o que é?!
que incrível. que delícia. que sensação de dever cumprido.
que maravilhosa a felicidade de sentir que o que eu quis pra mim eu realizei, e que o que eu realizei é exatamente o que eu precisava nesse ano.
o que 2020 me ensinou é que eu tenho tudo que preciso.
e que mesmo quando parece que alguma coisa não vai se resolver, vem a vida e TCHARAM! coloca tudo no lugar onde tudo deve estar.
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vamos então aos planos de 2021:
eu diria que eu quero mais calma (o meu tempo em 2020 foi para construir. em 21 eu quero usufruir);
eu quero menos perrengue com grana, menos drama, mais abundância;
quero voltar a me perceber como uma profissional foda e admirável, que é não só reconhecida por isso, mas também valorizada por isso.
quero reconstruir minha carreira e fazer ela brilhar.
quero poder ser o suporte que falta para que o dudu reconstrua também a dele. e BRILHE. muito. muito.
que ele se sinta amado, especial e incrível como ele é.
quero poder seguir amando muito e quem eu quiser, quando e como eu achar que eu devo.
e tá bom né?!
ah! não seria também nada mal continuar amando meu corpo, estando em paz com ele, alimentando ele daquilo que ele precisa: alegria, comida boa, energia alta, astral, movimentos, descobertas e saúde pra dar e vender.
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e no final do ano que vem eu volto aqui pra contar que tudo se realizou outra vez :)