sábado, 9 de novembro de 2024

M.

só porque você pediu pra eu escrever, vou escrever hoje como se eu tive contando pra você.

(só que pra mim mesma, no caso)

***

hoje resolvi me separar. estou há dois anos com felipe, mas hoje eu resolvi que chegou a hora de dar um passo que eu preciso - ficar só.

eu passei pelo meu divórcio sem nem ter tempo para entender e sentir; me envolvi muito rápido - e precisei disso, e usei como fuga. depois eu fiz de tudo pra dar certo. eu lutei pelo casamento cada dia desses dois anos incansavelmente.

eu lutei incansavelmente pra fazer ele feliz. mas nisso eu acabei esquecendo que eu não tava feliz.

eu fui escondendo todas as dores, deixando tudo cicatrizar sem futucar muito. fui usando esse tempo para aprender muitas coisas impressionantes sobre mim e sobre o mundo.

hoje mesmo eu tava no telefone com a lu e contei pra ela que só esse ano eu aprendi que eu não preciso estar em todo lugar e que todo mundo não é meu amigo. parece óbvio, mas não é.

tem coisas que pra mim são óbvias, pra você não... enfim. eu já entendi que não existe senso comum. não tem ninguém que viveu as experiências que você viveu, ou que sentiu aquilo tudo que você sentiu.

tudo bem que talvez eu tenha exagerado nas diferenças nesse casamento. tantas coisas que a gente tem de diferente... não sei se tinha mesmo como achar o meio do caminho. mas tudo bem. foi ótimo. lindo. avassalador. real. foi amor. mas um amor que não sustentou o tempo, a rotina. o dia, a noite. as brigas, as cobranças, as queixas, as portas abertas...

tem amor que não foi feito pra ser pra sempre. 


e mesmo amor que foi feito pra ser pra sempre às vezes acaba.

veja eu e dudu. eu achei que aquele era o maior amor que poderia haver em toda a eternidade - e que nada ia quebrar ele. e quebrou. o tempo, os sonhos. eu errei muito. mas eu só aprendi tudo que eu aprendi depois que eu me separei,

eu não teria aprendido se eu tivesse ficado. eu só teria doido e doido e desgastado mais e mais.

eu sinto culpa. sinto raiva de mim. mas também sinto que foi o certo - e que eu fiz o que eu podia pra fazer o que eu achava que era melhor pra mim. mas também porque eu achava que era melhor para ele.

e eu acho mesmo. acho que ele agora deve estar bem. as notícias que eu sei são boas, e eu torço todos os dias pela felicidade dele. eu sei que se alguém nessa vida merece ser feliz é dudu.

e felipe. e eu. e você. e todo mundo.


o ponto é exatamente esse.

a gente veio pra ca pra essa vida pra ser feliz. não tem outro compromisso. não tem outro objetivo. é a felicidade - que se traduz em tudo; no amor, na família, na saúde, no sucesso, na casa, na paz, nos amigos, no tempo de qualidade, no dinheiro... é a felicidade da liberdade e da tranquilidade.

todo mundo merece isso.

e é exatamente pra não errar os mesmos erros, e por amar e desejar seguir sempre honrando as pessoas que eu amo, que eu decido hoje que eu estou me retirando desse casamento. sem pressa, sem briga, sem grito, sem drama.

mas saindo no tempo que eu acho que é o certo. eu dei o que eu tinha, eu recebi o que ele tinha. mas como está não é mais bom para ninguém. e ninguém deve ser obrigado a estar com alguém sem estar feliz.



quarta-feira, 14 de agosto de 2024

its me, mario. i mean, LUISA!

 again :)

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sempre que a insônia e o insônia me tomam é porque as coisas estão muito confusas ou muito claras.

agora tudo é claro.
eu vejo o céu completamente azul ao meu lado, que encontra nos prédios brancos, e nas folhas verdes, e no mar azul, e nos prédios envidraçados que acabam de perto ficando mais verde que branco, e nos brinquedos dos cachorros espalhados na varanda, nossa mesa de madeira, o tapete verde, eu em vermelho, o pastrami escondido quase nos meus pés na almofada de yoga.

tem uma criança brincando em algum lugar, e alguém tá ouvindo uma música animada. meu whatsapp tá apitando e eu escuto uma e outra buzina lá da rua. ah. e os pássaros. eu escuto os pássaros.

é auge do verão, e as manhãs estão difíceis de suportar na varanda. quando o sol nasce é incrível, mas logo se torna insuportável. depois da almoço, por mais que eu fique naquele anda anda, é sempre aqui que está a paz. sentada na varanda, sentindo o dia chegar ao final, leve e lindo.

é ver passar o avião; ou às vezes nem ver; só ouvir. aquela massa de ar que vem vindo e corta o céu, e de repente quando você procura ele nem está mais lá.

minha casa ta em ordem. minha vida ta em ordem. minhas contas estão em ordem. minha cabeça ta em ordem.

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é impressionante o como eu realmente aprendi uma lição gigante dessa vez:

fazer um pouquinho de cada vez - de maneira consistente - é muito melhor que fazer rápido. e isso se aplica pra absolutamente tudo nessa vida.

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finalmente chegando ao fim do primeira parte do processo. 
laura essa semana vai dar entrada nos papéis.
chega de enrolar com isso, porque a vida anda pra frente - e não da pra ficar parado esperando pelo passado (que só pode estar no futuro).

um passo tão importante, tão delicado e aparentemente tão fácil. só eu sei o quanto me custou coragem - mais que qualquer outra coisa. e quanto ta me custando em amor. e eu realmente preciso conseguir olhar pra tudo isso com todo o amor que merece.

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eu aprendi tanto com os meus erros. se essa luisa vivesse aquela vida outra vez, tantas coisas seriam outras. tantas coisas seriam diferentes. tantas coisas seriam desfeitas, desditas.

mas é essa luisa que está aqui agora. cometendo menos os erros de antes. cometendo mais os erros de agora.

como é interessante pensar no quanto a gente muda. no quanto a gente evolui. no quanto a gente precisa querer mudar pra conseguir. e no quanto a gente tem que estar disposto a olhar pros nossos próprios erros pra evoluir.

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sigo.

terça-feira, 21 de maio de 2024

hello, stranger

long time no see, huh?!

é que eu andei escrevendo em papel pra não escrever em pedra.
acho que as novas grandes certezas eram tudo máscara.

e agora é uma grande confusão mental. não sei mais de nada.
não consigo ter mais nenhuma certeza. nenhumazinha. sobre absolutamente nada.

nunca me senti tão incerta.
tão distante, tão desconectada, mas ao mesmo tempo tão responsável. e no lugar certo - por mais que absoltamente fora do conforto.
nunca tive tanta dúvida; tanta dívida; tanta saudade; tanta culpa; tanta pergunta; tanta fritação mental.

mas algo é bom.

agora é hora de conhecer de novo a luisa. quem eu fui, quem eu sou, quem eu quero ser.
eu não moro mais em mim.

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encontrei essa playlist 'todos de pé para a execução do hino da república da coitadolândia' e já faz dias que eu escuto e choro e penso nas promessas e nas previsões. é como se fosse a única coisa pela qual viver. tudo pelo futuro que eu prometi.

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e no meio disso.

quem é a luisa?

a pergunta de um milhão de dólares.

o que a luisa gosta?

escrever. a luisa gosta de escrever. e de música (especialmente a brasileira boa), e arte, e amigos, e pessoas, e conhecer coisas, e aprender, e estar perto de quem me faz bem. a luisa gosta de estar perto de quem ela ama. ou até de quem ela só se diverte. ela gosta de ter good times, em um dia simples, em horas despretensiosas. ela gosta de sentir o vento na cara quando pedala, e gosta de escrever enquanto ouve música, e gosta de ler harry potter enquanto ouve dido com o ar condicionado bem geladinho. a luisa gosta de luz baixa, luz de vela, casa cheirosa, casa com cheiro de comida gostosa, mesa cheia, mesa farta, amigos na mesa, amigos em casa, tempo de qualidade, doer a barriga de tanto rir, doer a cabeça de tanto rir, chorar quando é preciso, sair da rotina, comer algo delicioso, descobrir algo delicioso.

e sol, praia, corpo bronzeado, mergulho. roupa nova, maquigem e perfume. desfile. música, luz, câmera. ação.

eu também gosto de corpo, calor, toque, beijo, cama, sexo, cheiro, beijo na testa, pernas entrelaçadas, dedos entrelaçados, cachorros entrelaçados, cabelos entrelaçados, sonhos entrelaçados.

que que há? que que tá se passando com essa cabeça?

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e porque eu não tenho sido? onde eu fui parar nesse tempo? eu não me identifico mais? eu não sei mais quem eu sou e nem o que eu quero?

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meu coração dispara quando tem o seu cheiro dentro de um livro; na cinza das horas.

domingo, 8 de janeiro de 2023

2023 wtf

 sentada na varanda do nosso apartamento

são 7 da manhã e eu tinha só uma pontinha pra fumar. agora já até foi. o sol nasce lindo atrás da cidade e o mar ainda está azul escuro e dourado.

a ksana tem aprendido a curtir muito esse tempo de varanda comigo. ela nunca ficou muito aqui fora. e eu to sempre aqui fora. eu to sempre tirando um tempo pra ver o sol nascer e pra ver a lua nascer e pra contemplar. todo dia me deixa embasbacada a natureza, a beleza. não importa que seja a mesma vista, é sempre outra vida.

e é mesmo, sempre outra vida. 2023 é tão outra vida. de repente tudo mudou de um jeito tão louco e absoluto. e faz parte. é parte de quem eu sou esse monte de mudança. mas agora eu quero me acalmar. quero rotina e todo o amor do mundo. quero passar a vida toda feliz e tranquila, acordando do lado de felipe, vivendo em paz, dormindo com ele outra vez. 

nunca imaginei que isso ia acontecer assim, desse jeito, nessa velocidade, mas não tem como ser diferente comigo. é tudo pra ontem e sempre é bom. 

e não importa quantas vezes eu vou cair. eu vou sempre levantar. e subir mais alto.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

a ansiedade natural versus o controle

hoje pela manhã fiz terapia. tava contando para eduarda o como estou ansiosa com essa chegada da hora de ir embora do brasil. contei para ela meus medos e minhas ansiedades; fiz conta de tudo que eu sei que vai mudar - e projetei tantas coisas que eu quero mudar (minha saúde, minha alimentação, minha relação com a casa, meu casamento, meu ciclo de amigos, etc).

essa projeção me deixa feliz; mas ao mesmo tempo apreensiva, assustada e até um pouco medrosa. "mas isso é natural", eu disse, ela disse. "se sentir ansiosa agora faz parte, afinal, tudo vai mesmo mudar".

"o que não é natural é você estar ansiosa e se culpando, por estar ansiosa nesse momento. pqe ai já não é ansiedade, é controle" - eu e essa minha necessidade de controlar tudo precisamos aprender que não adianta nada ficar tentando o tempo todo segurar todos os pratos a perfeição.

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4:20 da manha. e eu não vou fumar um pra celebrar. aliás, eu até quero celebrar. mas quero me celebrar pqe eu não vou fumar um para tentar dormir.

eu vou celebrar justamente o fato de que eu vou encontrar outras formas de me encontrar comigo; e me desconectar um pouco do beck - que nos últimos meses tem sido um grande aliado na ansiedade, nessa coisa toda de brasil, mas nas últimas semanas passou do ponto do que eu acho legal e ta me fazendo mal.

justamente pqe agora chegou nesse momento conclusivo, a reta final. a "temporada nova" vai começar. muita coisa vai mudar; até o que parece que vai ser o mesmo vai mudar. e eu tenho muita coisa pra decidir, pra conversar, pra alinhar e pra acertar. e tenho muita coisa guardada em mim; muita alegria, mas também muita insegurança, muito sonho, e um medo natural disso tudo que vem pela frente.

e eu vim usando o beck como uma forma de não ver nada disso vir, de não gastar mta energia em tudo isso que tava acontecendo. eu fui usando o beck como um "deixa a vida me levar" - acontece que a solidão, o excesso de trabalho, o tempo em frente a tela e a facilidade me fizeram aumentar o consumo de forma considerável; e de mais a mais o beck não é tao bom quanto o que eu to acostumada a fumar, e isso me faz acabar fumando mais pra tentar ter o mesmo resultado; a mesma onda.

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tenho me sentido muito desencontrada do meu corpo nas últimas semanas. sinto como se a maconha fosse só uma das muitas coisas que se desregularam e que eu to tentando achar um equilíbrio; junto com meu sono - antes de mais nada, que está uma merda - essa tosse que nunca vai embora, as psoríases que andam aparecendo aqui e acolá, as unhas roídas até o talo, a cabeça cheia de machucados e o cabelo fazendo um ninho de mafagafinho.

ah. e ainda tem a TPM. que acabou de virar menstruação, dor na perna, dor no corpo. e também tem a alergia - que na madrugada é tosse alta, xarope, espirro.

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a conclusão? eu to uma bagunça. mas to escrevendo, pqe escrever esclarece e esclarecer é o primeiro passo. depois é decidir, traçar metas, ter um plano, confiar em mim.

preciso aprender a comer, a me cuidar e a segurar a minha onda de verdade na maconha.

queria ficar até sp sem fumar...





quarta-feira, 18 de maio de 2022

escrever esclarece

e acalma. i guess.

eu preciso escrever um pouco; pra ver se organiza. se desbagunça. se clareia a mente.

não tá fácil.
tem dias que são leves; mas tem dias que puta que pariu.
e tem semanas que puta que pariu.

essa semana eu mal dormi.
as olheiras batem no queixo,
eu não tenho a menor condição de cumprir com todas as minhas obrigações de trabalho.
metade dos pagamentos do mês estão atrasados.
a outra metade é pra vir no final do mês.

isso está me gerando um nível de estresse emocional que eu não to sabendo lidar.
por si só.
ai junta ao fato de que eu fiquei sem celular, que tá um frio do cacete, que eu to indo pra são paulo no meio da madrugada, que eu preciso fazer mala, que eu vou ter que com essa mesma mala ir pra salvador, que eu vou ficar sem celular até salvador. e sem maconha. e sem rivotril.

o rivotril é minha culpa,
eu já devia ter pedido pra bruno isso há meses.
mas eu fico enrolando. deixo pra quando for a ipanema.
mas parece que eu moro em outro país.
eu nem sei o que é ipanema.

eu fico aqui no leme, trancada em casa, sentada nessa poltrona, da hora que eu começo até a hora que eu paro - com tudo acumulado, atrasado, tenso.

mas agora eu vou fazer a mala.
organizadamente.
calmamente.

com tudo que precisa.
com paciência e calma.

vou por uma música, vou curtir o processo.

e é sobre isso.

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escrever sempre acalma.

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o problema é que eu tenho tanto pra acalmar que preciso escrever um livro.

sábado, 6 de novembro de 2021

this fucking emptiness

 a fumaça do baseado preso entre os meus dedos estava só dançando de forma livre até eu começar a digitar. o vai e vem dos dedos no teclado fazem o vai e vem da fumaça virar um tremendo descompasso.

mas talvez fumar agora nem seja a melhor das opções. ontem eu não comi. hoje eu ainda não comi. mas eu não tenho a menor vontade de comer. a menor vontade de me nutrir. hoje a minha única vontade ainda é sumir.

eu me sinto só; e agora eu me vejo só. eu me pus só.

e, mais que isso, eu não quis sair conversando, ligando, falando, dialogando. eu quis tomar o tempo pra mim. primeiro pra minha cabeça respirar, pro meu cérebro se encher de ar de maneira tal que eu não sufoque mais; depois, pro meu corpo respirar. meu corpo está exausto. meu corpo é um monte de não sentir. como se eu tivesse fisicamente anestesiada e mentalmente acelerada, ao mesmo tempo que oca. 

os sentimentos não se organizam na minha cabeça; os pensamentos passam dando voos rasantes, mas antes mesmo que eu possa fruir, interpretar, pensar, ele sai. algo novo me ocorre e não consigo mais lembrar do fio da meada - e isso até poderia ser o baseado. mas eu passei a última semana toda sem baseado.

agora não mais - ontem eu finalmente peguei maconha. me recuso a passar por isso tudo sem poder pelo menos ficar numb de tempos em tempos.

***

eu disse que ia tirar meu coração dele. e eu realmente disse. e eu acho que se eu seguir adiante, forte, com as minhas escolhas, eu consigo. eu sobrevivo.

mas eu quero? ontem a noite foi muito dificil estar perto dele e não saber o que eu estava sentindo. eu me sentia oca, vazia. como se eu fosse incapaz de formular um pensamento, ou juntar meia duzia de palavras. 

mas quando eu cheguei em casa eu peguei o telefone umas cem vezes querendo falar com ele. umas seiscentas vezes. 

só que eu não tinha nada pra falar. eu não tenho nada pra falar. eu ainda me sinto vazia. eu ainda não sei como traduzir essa tristeza profunda que eu estou sentindo.

***

é tão estranho esse sentimento que eu não tenho vontade de falar; não tenho vontade de ter ninguém perto. nem de ligar pra ninguém, nem de responder ninguém, nem de ver ninguém. nem de fazer nada.

desde ontem eu estou nesse sofá num eterno dorme acorda chapa vê tv.

não que eu pretenda permanecer assim... na realidade eu estava planejando acordar, colocar uma música, abrir as cortinas e arrumar a casa toda. arrumar tudo, dar comida pro gato, ver se eu passo na feira e compro umas coisinhas frescas.

mas quem eu to enganando? eu lá tenho força pra isso? meu corpo todo parece que chegou de um ano na guerra. cada emoção que meu corpo sente é estranha e dolorida. tudo parece que uma agulha fina profunda vai entrando em mim e aplicando uma dor mínima mas lancinante. específica. como se fosse uma acupuntura. mas de dor. sei lá.

escrever o parágrafo da casa limpa me deu um mínimo de fé. escrever o da dor aumentou a percepção da dor. nós somos realmente muito auto sugestivos/sugeridos. 

agora não sei o que fazer. o sol está começando a nascer la fora. talvez eu precise dormir um pouco mais.