sábado, 24 de julho de 2010

Se esvai...

Tudo vai caminhando. Bem como deve ser.

Acordo às 11 da manhã porque preciso tomar o antibiótico. Vou até a cozinha buscar água e torço para não encontrar com a minha avó no caminho.
Estou de pés descalços e sei que ela vai começar com a falação.

Melhor para evitar seria usar sempre chinelo... Eu sei! Mas quem foi que disse que eu lembro?
De memória, em verdade, me sobra nada ou quase nada.
E não é por desinteresse, como acredita a minha mãe. Nem por falta de vontade, ou algo assim.
Simplesmente a memória tem me falhado como se eu fosse uma velha de 90 anos.

Esqueço nomes, lugares, compromissos. Perco as coisas, troco tudo! É uma confusão... Uma coisa que não tem porquê!
Estou assustada. Não acho que isso seja normal...
Não acho que é normal esquecer rostos, nomes... Mas, principalmente, não acho nada normal esquecer telefone e ipod no trabalho, esquecer de mandar e-mails, ligar...

Às vezes passo horas repetindo para mim - "Quando chegar, a primeira coisa que vou fazer será..." - E adivinhe o quê? Não o faço.
Por desleixo? Desinteresse?
Juro que não!!! Juro mamãe mortinha que não!
Não é por falta de vontade...
Simplesmente as coisas se esvaem!

Tenho andado com papel e caneta por todos os lados e todo o tempo.
Pra cima e pra baixo...
Escrevo nomes, juntos de telefones.
Em segundos já não sei de quem se trata.
Trato de perguntar e escrevo também.
E ai já não sei mais porque precisava ligar para aquele alguém.

E ainda pior... Preciso dizer isso ao meu médico. Sempre me prometo enviar um e-mail falando sobre isso...
E ai quando chego ao computador me esqueço.
E você me pergunta... Por que não o faz agora?
Agora estou escrevendo. E isso é muito mais importante.

Há muito que não tenho conseguido escrever tanto e com tanta verdade.
Vai ver que é culpa disso tudo. Não lembro nem o que sinto, para transcrever.
Então, a menos que a ideia me venha enquanto estou aqui, frente ao computador, ela se esvai.

Grosso modo o que acontece é que tudo é muito efêmero. E ai as pessoas não percebem o que está se passando.
Mas eu me sinto mal. Me sinto mal por esquecer nomes.
Faz com que as pessoas se sintam pouco importantes ou desinteressantes.
Não é verdade.

Quero que as pessoas se sintam sempre importantes.
Porque são.
A mim, sim. Muito.

Cada um, do seu jeito.

2 comentários:

Lg disse...

Se esse problema for real e não poético, vo começar a te ligar todo dia pra vê se você resolve essa situação!

Luisa disse...

Não mudaria em nada.
Agradeço a atenção.